O Grémio Recreativo Escola de Samba Batuque, da Mealhada, foi o grande vencedor do Troféu Joham d’Oliveira da edição de 2023 do Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada. «Um prémio fruto do amor, dedicação e suor de muitas horas de trabalho e conquistado com todo o mérito», declarou, na noite da passada sexta-feira, aquando da divulgação dos resultados, Patrícia Figueiredo, presidente da direção do Batuque, parabenizando todas as escolas de samba do Carnaval da Mealhada «pelo trabalho árduo, feito com garra, emoção e brilho». O Voto Popular, onde participaram 2005 pessoas, foi conquistado pela escola Amigos da Tijuca

O Concurso de Escolas de Samba do Carnaval da Mealhada é levado a cabo pela Associação do Carnaval da Bairrada e as quatro escolas que desfilam no evento: Amigos da Tijuca, Batuque, Real Imperatriz e Sócios da Mangueira. A comissão técnica integra cinco elementos, um de cada escola e um da ACB, sendo que em 2023 foram Ana Mónica Oliveira, Filomena Beja, Nicole da Costa, Armando Oliveira e Catarina Pedro. «Cada um nomeia cinco jurados e destes, cada um avalia dois quesitos», explicou Paula Gradim, da direção da ACB, na Gala Joham d’Oliveira que se realizou na noite da passada sexta-feira, acrescentando que todos os intervenientes do Carnaval da Mealhada «deviam passar por este papel de jurados e de comissão técnica» para saberem o quão difícil é. «São horas seguidas, juntos, a tomar decisões, mas foi maravilhosamente respeitoso o nosso debate de ideias em prol do enriquecimento do Carnaval», enfatizou.

O Batuque conquistou notas máximas nos quesitos Conjunto, Comissão de Frente e Casal Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Conquistou ainda melhor nota nas Fantasias e sofreu empate com os Sócios da Mangueira na Bateria e com os Amigos da Tijuca na Harmonia.

A escola Amigos da Tijuca, que está no processo de mudança da sede social de Cantanhede para a Mealhada, conquistou maior pontuação nos quesitos Enredo e Evolução e empate com a Real Imperatriz em Alegorias e Adereços. A maior pontuação no quesito Samba-Enredo foi para a Real Imperatriz.

Segundo conseguimos apurar, junto da direção da ACB, «os cadernos serão agora fotocopiados e entregues às escolas, para que todos tenham acesso às justificações dos jurados».

O Voto Popular foi entregue à escola Amigos da Tijuca e Patrícia Pinto, presidente da coletividade, não escondeu a emoção: «Este é o primeiro prémio que ganhamos em 18 anos. Somos uma escola de emoção, que arrisca e que prima pelo espetáculo».

Recordamos que «O Espelho – Reflexos de histórias», dos Sócios da Mangueira; «Pés na Terra – A nossa pegada», do Batuque; «A Vida dos mortos, está na Memória dos vivos»; da Real Imperatriz; e «Sou Livre, sou Linda, sou Luta, sou Minha», dos Amigos da Tijuca; foram os enredos que desfilaram no Carnaval da Mealhada.

Ainda sem a divulgação oficial do número de entradas nos corsos, é notória a satisfação por parte de todos os intervenientes. «Este ano, sem sombra dúvida, tivemos um Carnaval épico», referiu, na Gala, Paula Gradim, cujas palavras são corroboradas por Alexandre Oliveira, presidente da direção da ACB, que acrescenta que «as escolas de samba da Mealhada fazem o que de melhor há em Portugal». O dirigente elogiou ainda a Autarquia da Mealhada, confessando que «finalmente nos sentimos em casa». «Se acham que o ano de 2023 foi épico, então esperem pelo de 2024», prometeu.

«Depois do espetáculo extraordinário que assistimos nos desfiles, ficámos todos de boca aberta e apaixonados pelo Carnaval. Vi algumas das escolas a andarem com a casa às costas e mesmo assim com muita vontade de trabalhar», elogiou António Jorge Franco, presidente da Autarquia, referindo que «o Município tem que pensar em criar condições para que possam trabalhar o ano inteiro, pois as quatro escolas de samba, em conjunto com a ACB, são todas vencedoras deste Carnaval».

 

Mónica Sofia Lopes