No passado dia 13 de fevereiro o conselho diretivo da Fundação Mata do Bussaco aprovou condições especiais de acesso à Mata Nacional, do concelho da Mealhada, para todos os residentes em território nacional.

Esta medida vai permitir que, ao aderir ao cartão “amigos da Mata do Bussaco”, qualquer residente em território nacional possa entrar gratuitamente neste Monumento Nacional durante um ano (o cartão tem que ser renovado anualmente).

Segundo um comunicado da Fundação, desde 2011 que «os habitantes dos concelhos de Mealhada, Mortágua e Penacova já podiam beneficiar destas condições especiais, através do “Cartão Concelhio”» continuando a ter os mesmos benefícios, nas condições atuais, uma vez que a Fundação, lê-se, «privilegia a relação de proximidade das comunidades locais à Mata do Bussaco».

O lançamento deste novo cartão está previsto para abril de 2023.

 

Candidatura do Bussaco à UNESCO sofre reformulação

A candidatura da Mata Nacional do Bussaco a Património Mundial da UNESCO sofreu uma reformulação, essencialmente na sua designação – passa agora a estar inscrita como «Sacro Deserto dos Carmelitas Descalços do Buçaco» – e na sua promoção, uma vez que tem como proponentes não só a Fundação Bussaco, mas também a Câmara da Mealhada. Outra das novidades é a de que brevemente será lançado, no Bussaco, o concurso internacional que prevê a concessão do Palace Bussaco por 50 anos e a recuperação integral do edifício e sua envolvência, no âmbito do Programa Revive.

«Há muito que a Mata do Bussaco está na lista indicativa nacional na candidatura da UNESCO, mas agora fizemos um novo formulário, remetido no passado dia 13 de janeiro», começou por explicar, em conferência de imprensa que se realizou em janeiro passado, Guilherme Duarte, presidente da Fundação Mata do Bussaco, acrescentando ter sido um trabalho realizado pelo atual conselho diretivo da Fundação, «com as melhorias e apoio da Professora Arquiteta Teresa Marques».

Nas grandes alterações estão o facto de a candidatura ser assumida agora em conjunto pela Autarquia da Mealhada e a Fundação Bussaco. «Para além disso, os Municípios vizinhos, de Mortágua e de Penacova, também querem ser parceiros ativos nesta candidatura, bem como a Junta de Freguesia de Luso, que está também muito empenhada», explicou Guilherme Duarte, garantindo que a alteração da designação da candidatura de «Deserto dos Carmelitas Descalços e Conjunto Edificado do Palace – Hotel do Buçaco» para «Sacro Deserto dos Carmelitas Descalços do Buçaco» se prende «pela importância da passagem dos Carmelitas pelo Bussaco». O assunto já tinha sido aliás espoletado em reunião municipal, com António Jorge Franco, presidente da Autarquia, a declarar também que a candidatura se situa na tipologia de «paisagem cultural».

Para breve também estará o lançamento no Bussaco do concurso internacional referente ao Palace Hotel do Bussaco, numa cerimónia que poderá contar com os secretários de Estado do Turismo e da Floresta. «O Programa Revive, promovido pelo Turismo de Portugal, recupera imóveis devolutos do Estado e o Palace tem a particularidade de ser dos únicos que está a funcionar e que terá esta oportunidade», explicou Guilherme Duarte, declarando que «o “novo” concessionário – nada impede que o atual concorra – terá oportunidade de recuperar o Palace e alguns espaços envolventes, nomeadamente o Challet de Santa Teresa, a Casa da Cavalariças e os Jardins».

Este concurso internacional que, segundo Guilherme Duarte, «envolve muitos milhões de euros», permitirá à Fundação Bussaco arrecadar uma renda mensal fixa, «um valor calculado resultante do local onde se insere, pelo edifício que é e pela média do volume de negócios». Atualmente, a Fundação recebe um valor anual, calculado somente pela receita, também anual, do Palace. «Nos últimos anos, com a pandemia, podem imaginar a quebra que foi», lamentou ainda o presidente da Fundação Bussaco.

A referida entidade melhorou também a sua candidatura à Marca Património Europeu, entregue no final do mês passado. «Queremos que o Bussaco seja uma marca europeia. Aqui perto só a Biblioteca Joanina, em Coimbra, o é», declarou José Luis Ferreira, responsável pela área do Turismo na Fundação Bussaco, acrescentando que «a ideia é transformar uma rede europeia de desertos, com toda a parte cultural e de edificado que isso implica». «Esta é uma candidatura que já vinha dos nossos antecessores. Foi-nos dito que está boa, mas que podíamos melhorar e, mais uma vez, pedimos ajuda externa», referiu ainda Guilherme Duarte.

 

Mónica Sofia Lopes