Na sessão de apresentação do «Winter Food Fest», evento que se realizou no passado fim-de-semana na Mealhada, o chef Luís Lavrador alertou para o relevo que é preciso dar ao tecido produtivo da gastronomia. «Houve dedicação aos cozinheiros, empregados de mesa, etc., mas precisamos agora de nos virar para o tecido produtivo que nos garanta qualidade». «Recentemente, tive num “workshop” em que as batatas vinham de França, as couves e os alhos de Espanha, e por aí fora…», exemplificou, apelando a que se dê conhecimento disto «ao Governo Central».
«Temos que olhar bem para os nossos produtores e de forma sustentável, porque a sustentabilidade é essencial no processo», continuou Luís Lavrador, acrescentando que «gostaria de continuar a fazer “workshops” com produtos locais, valorizando assim o património e as nossas habilidades». «Se não tivermos os nossos produtos, a técnica não vale de nada e este é um aspeto fundamental».
Palavras corroboradas por Marco Almeida, também ele chef e proprietário de um restaurante, em Coimbra, que apresenta uma carta gastronómica e vínica essencialmente com produtos da região. «Nem sempre é fácil chegar aos produtos, mas depois de os termos, confecionamos pratos diferentes, na tentativa de que os mais jovens se interessem pelo que é nosso e possamos com isto mitigar também a pegada ecológica».
Mónica Sofia Lopes