Alguns moradores da localidade da Pedrulha, na freguesia de Casal Comba, queixaram-se, na última sessão da assembleia de freguesia, do cheiro, poerias e barulho, provenientes de uma empresa de betuminoso, instalada, há já uns anos, na Zona Industrial da Pedrulha, no concelho da Mealhada. O executivo da Junta de Freguesia prometeu juntar-se à população na tentativa de que as insatisfações se façam ouvir. Ao nosso jornal, um dos sócios da empresa garante que «a máquina betuminosa» está a trabalhar com toda a legalidade.

«Venho aqui falar de uma central de betuminoso, que está instalada num dos lotes da Zona Industrial da Pedrulha, que causa ruido, cheiro e até já há vestígios de alcatrão em algumas habitações e carros», declarou, na assembleia de freguesia de 28 de dezembro, Hélder Ferreira, residente na Pedrulha, acrescentando que a empresa começa a laborar, por vezes, «às 5h00 e 6h00 da manhã». «Gostaria de saber se está tudo licenciado e se está legal?», questionou ainda o munícipe, afirmando que «as centrais têm que existir». «Se queremos estradas, temos que ter betuminoso, mas também temos que ter algum bom-senso. Julgo que os estatutos da zona industrial não devem permitir empresas poluentes», declarou.

Nuno Veiga, presidente da Junta de Casal Comba, que já tinha sido abordado, nos últimos tempos, por alguns munícipes, informou ter pedido dados à Câmara Municipal e se ter apercebido de que «a atividade industrial (da empresa) não está licenciada». O autarca disponibilizou ainda imagens da máquina móvel que está a laborar na dita central asfáltica, «para verem as condições da mesma». «Isto até às primeiras casas da localidade são uns 400 metros…», referiu ainda, sugerindo que seja feita uma contestação «deste tipo de indústria, ali, nestas condições».

«As partículas andam no ar e não escolhem narinas. O gerador da máquina acorda toda a gente e tenho vídeos que o confirmam», disse ainda Hélder Ferreira, enfatizando que «nada tem contra a empresa, mas com a forma como labora».

Também o presidente da assembleia de freguesia, Álvaro Pires, referiu que «a Junta irá encaminhar a situação à Câmara», corroborando da ideia de que «ninguém quer que a empresa se vá embora. Queremos sim que se criem todas as condições».

Contactado pelo nosso jornal, um dos sócios da empresa, instalada na Pedrulha «há cerca de cinco anos», garante que «a máquina começa a laborar às 7h30, 8h00», considerando que «as zonas industriais são efetivamente os espaços para que se possa trabalhar com barulho, assim nos deixem». Já sobre as partículas expelidas para o ar, refere ser «impossível», uma vez que «a máquina tem um filtro que não as deixa passar».

 

Mónica Sofia Lopes