«A Cruz Vermelha é a maior e mais antiga instituição de ajuda humanitária do nosso país, com mais de 150 anos. Sofre, por isso, de antiguidade e de uma necessidade de se atualizar», reconheceu, na Mata Nacional do Bussaco, Joaquim Cardoso, Delegado Regional da Cruz Vermelha Portuguesa, aquando da tomada de posse de Vítor Soares como presidente da direção da Delegação no Concelho da Mealhada.

«Somos uma instituição humanitária de utilidade pública com 150 estruturas locais espalhadas por todo o país», começou por dizer Joaquim Cardoso, acrescentando que a instituição possui «uma riqueza enorme de voluntários, que temos que saber valorizar, o que não significa que o tenha que ser feito apenas financeiramente».

Recordando o trabalho da Cruz Vermelha, nos incêndios e depois na pandemia, o Delegado Regional, que esteve no concelho da Mealhada em representação de Ana Jorge, presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, afiançou que «o relatório de 2021 é incrível»: «Temos números astronómicos de testagem, de criação de brigadas que ajudaram em lares e instituições e ainda de transporte pré-hospitalar». «A nossa atividade não foi muito divulgada», lamentou.

Sobre o futuro, Joaquim Cardoso afirma que «não se afigura fácil». «Desastres e calamidades, todos temos que ter noção que poderão ser cada vez mais. Já para não falar no conflito armado que temos na Europa», referiu, garantindo que a Cruz Vermelha «tem que capacitar pessoas, para assim ter uma resposta mais eficaz. Em situação de catástrofe só a boa vontade não chega e o improviso pode não ser suficiente”.

O empossado presidente Vítor Soares começou por justificar a escolha do local para a cerimónia de tomada de posse, que se realizou, na noite da passada sexta-feira, no Convento de Santa Cruz, na Mata Nacional do Bussaco. «A nossa descentralização dos atos oficiais não é de agora. Sendo uma instituição do concelho da Mealhada, temos também o dever de valorizar este espaço e dar a conhecer o que é nosso».

«Somos no concelho da Mealhada, a instituição que representa a maior do mundo em número de voluntários. E as funções destes voluntários são ilimitadas, assim como são as necessidades de todos aqueles que sofrem. É incontornável o nosso papel no campo social e no apoio aos que mais necessitam», referiu Vítor Soares, defendendo «uma gestão mais profissional. A ação do voluntariado há muito que deixou de ser gratuita e precisa de ser reconhecida».

O presidente, que tomou posse para o quadriénio 2022 – 2026 numa função que não lhe é desconhecida, uma vez que liderou a Delegação de 2016 a 2020, afirmou: «Nunca fomos subsídio-dependentes, mas sabemos também que os apoios são sempre insuficientes para quem os recebe. Fazer mais com menos será sempre o nosso imperativo e uma grande capacidade desta direção».

A nova direção, nomeada pela Direção Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa em outubro passado, tem como vice-presidentes Jorge Semedo, José Carlos Silva, Marta Neves e Paulo Cristina; como tesoureira Rosalina Nogueira; e os vogais são Hugo Santos, Paula Duarte e Carlos Rodrigues.

 

Mónica Sofia Lopes