O músico Andy Scotch celebra os 20 anos de carreira, este domingo, dia 16 de outubro, pelas 16h00, com um espetáculo, gratuito, no Cineteatro Messias, na Mealhada, que integrará um leque de convidados especiais, nomeadamente, a Filarmónica Pampilhosense, Caixa de Palco, «Dance with Heart», guitarrista Lito Santos, Pantera Mirex-g e C-One. Ao nosso jornal, André Valezim Carvalho, de 34 anos, conta a história do seu percurso no mundo da música, com muitas digressões fora do país, uma nomeação nos «International Portuguese Music Awards» e um contrato com um canal de televisão, tendo já duas das suas músicas integrado séries televisivas.

André no início da carreira

Com dez anos, André já escrevia letras e perpetuava as suas músicas num gravador de cassetes. «Por influência dos meus pais, também muito ligados ao Carnaval, lembro-me de mim sempre com música. Aos 13, 14 anos, já com computador, gravava em casa com colegas da Alemanha que traziam a bagagem do rap e faziam “breakdance”», começa por contar o jovem artista, recordando «a era dos karaokes». «Perguntei se podia levar um cd de instrumentais e cantar e fizemos uma mini-apresentação que foi um sucesso. A partir daí, foi o próprio senhor do karaoke que nos levou para bares de Aveiro e Mira», conta o «autodidata» André, que garante que ainda hoje trabalha «com o mesmo programa de há 20 anos».

Deste primeiro percurso, Andy Scotch, na altura «MC Fly», fala de «uma noite memorável», nos Três Pinheiros, em 2002, 2003, «quando atuamos num desfile de moda de uma marca portuguesa». «Foi uma carreira sempre a subir, em que gravei com músicos do Brasil, França e Alemanha e onde entrei, inclusivamente, numa coletânea de “Freestyle Hits”. Passei a dar concertos no Porto, em Lisboa, no Algarve, em Aveiro e muito frequentemente em Coimbra», refere.

O primeiro concerto lá fora foi na Galiza, em Espanha, depois de um concerto em Valença. André tinha 15 anos. Passou depois pelo Luxemburgo, Alemanha e França. «Em 2010, estive dois meses em Inglaterra, sempre a dar concertos em bares e festas universitárias. Sai daqui com uma proposta de 15 dias e acabei por ficar semanas», descreve, recordando a música «Escuta o teu coração», transmitida na série juvenil «Morangos com Açúcar».

Com fases de altos e baixos, em que tinha períodos de meses seguidos a dar concertos e outros sem nada, o rapper estava a voltar a alavancar a carreira – em 2020, tinha mais de três dezenas de concertos agendados em Portugal e no estrangeiro – quando a pandemia assolou o mundo. «Nunca estive parado, porque estive sempre a fazer música e a aprender novas técnicas de gravação», refere o jovem, que, recentemente, viu a música «Cru» dos «No Air», estúdio em Águeda que detém com outro artista, fazer parte da série «O Clube», transmitida na Opto, da Sic, canal com quem tem um contrato de oito anos.

«Na pandemia, em menos de quatro meses gravei trinta e tal músicas, o que faz com que tenha dois álbuns prontos. Material que ainda não saiu para rua porque quero que todas as músicas sejam acompanhadas por videoclipe», acrescenta André, desvendado que as melodias descrevem fases da vida que vai atravessando. «Atualmente, tenho outra profissão, porque a pandemia abanou as coisas, mas acredito que, em breve, estarei só a viver da música», afirma.

No concerto, agendado para este domingo à tarde, na Mealhada, Andy Scotch espera «casa cheia». «É uma data importante para mim e uma oportunidade de conhecerem o meu percurso, em que mesmo sem formação, fui fazendo acontecer», apela, sobre o espetáculo que será também gravado para um documentário de Gonçalo VHS.

 

Mónica Sofia Lopes