A 26.ª edição do Festival de Samba na Mealhada termina este domingo, dia 11 de setembro. Até ontem, o samba foi rei com escolas de todo o país e por onde passaram milhares de pessoas, num evento que, este ano, se deslocou, do Jardim junto aos Paços do Município, para o Parque da Cidade da Mealhada e esteve «montado» com atividades, durante todo o sábado e «para todas as idades e gostos». Se para a organização, Associação do Carnaval da Bairrada, este poderá ser considerado «um ano zero»; para a Autarquia o certame representa um evento «fora da caixa que utiliza o espaço público, que tanto defendemos». As entradas são gratuitas e hoje a festa continua até às 18h30.
Depois de um interregno de dois anos devido à pandemia por covid-19, a Associação do Carnaval da Bairrada decidiu reformular o seu Festival de Samba, deslocando-o do centro da Mealhada, onde estava desde há cinco anos, para o Parque da Cidade. Pelos palcos instalados passaram dez escolas de samba, nove artistas/bandas, «disc-jockeys», magia, animação infantil, entre outros momentos de diversão. No novo espaço há ainda street food, zona lounge, insufláveis, jogos para adultos, tatuagens, um local dedicado à beleza e outro de homenagem às «4 Maravilhas da Mesa da Mealhada».
«Tínhamos um bom festival, que funcionava, mas estava gasto. Há cinco anos trouxemo-lo para o centro da cidade, agora voltamos a uma mudança, num local perfeito para que possa crescer», referiu, ao «Bairrada Informação», Alexandre Oliveira, presidente da direção da ACB, acrescentando que «as portas estão abertas» para que no futuro, o Festival possa ter «muito mais do que samba». «Temos connosco a Autarquia, que está sempre disponível para nos ajudar arranjar soluções», enfatiza.
Depois de sexta-feira a animação ter estado a cargo do dj residente Dreamz, do músico Xandinho e do grupo Samba do B, encerrando com Baile Funk; ontem, as portas abriram logo de manhã, altura em que decorreu um espetáculo infantil, magia com André Lopes e uma festa da espuma infantil. À tarde, foi a vez de João Myles, a atuação das escolas de samba convidadas e «Tanto Bate Até Que Samba» foram o ponto alto, tendo a noite terminado com as escolas «da casa» – Batuque, Sócios Mangueira, Amigos da Tijuca e Real Imperatriz – e o músico Nuno Bastos.
Hoje, domingo, decorreu um cross trail «Festival de Samba», seguindo-se, a partir das 12h00, as atuações de Tony Viais (Sede Bandida), Roda dos SambaLêlê, Toque Social e o «Samba dos 50 anos» do Carnaval da Mealhada.
«A programação e as condições do evento estão preparados para que as pessoas entrem e não saiam, fiquem aqui a assistir a tudo», enaltece o dirigente, convidando o público a juntar-se à festa: «Será muito fácil qualquer pessoa se divertir aqui!».
Para António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, este é um exemplo «de eventos fora da caixa em espaço público, que este executivo tanto defende». «A Associação do Carnaval teve esta ideia, sugeriu-nos e tornou-se numa agradável realidade», enfatiza o autarca, que assume que o Carnaval «é por si só uma marca forte». «Quando digo que sou da Mealhada, as pessoas associam logo ao leitão e ao Carnaval», afirma, deixando o repto, como vem sendo habitual nos seus discursos, «para que as associações utilizem o espaço público nos eventos que ambicionam».
Terminado o Festival de Samba, há já a certeza de que as baterias se viram para o Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada que, em 2023, «vai mesmo acontecer e com algumas surpresas», avança Alexandre Oliveira.
Mónica Sofia Lopes