Uma obra na entrada Norte de Sargento-Mor, a localidade mais a Sul do concelho da Mealhada, levada a cabo pela Infraestruturas de Portugal, apanhou de surpresa o presidente da Junta de Freguesia de Barcouço. Do que o autarca conseguiu apurar haverá transformações na circulação rodoviária, facto que, na sua opinião, poderia ter sido colmatado com a existência de uma rotunda no cruzamento junto ao Itinerário Complementar 2, cruzamento que atualmente permite a circulação para ambos os sentidos (Norte e Sul) de quem vem de dentro da localidade de Sargento-Mor.

O que João Duarte, presidente da Junta de Barcouço, explica ser esta obra, define que, após estar concluída, ficará com uma entrada a Norte da localidade, ladeada por passeios, o que só permitirá aos veículos saírem ao fundo da rua (a que vai desde a Rua da Pata até à Rua do Lagar), já perto dos semáforos de Sargento-Mor no IC2. Haverá ainda possibilidade de circulação rodoviária para Norte, dentro da localidade, mas quando os veículos chegarem ao cruzamento do IC2 apenas podem virar para sul com destino aos semáforos de Sargento-Mor.

Para o autarca, o problema maior reside nos veículos pesados e de transporte de passageiros que alega não conseguirem dar a volta no fundo da rua de Sargento-Mor, «numa pequena rotunda lá existente», o que levará a que a alternativa «seja irem dar a volta a Fornos», na entrada de Coimbra. «Temos aqui ao lado uma empresa de transportes, se calhar a maior do concelho, que estava habituada a que os camiões dessem a volta no cruzamento e agora têm que ir mais longe», explica João Duarte, lamentando que «tanto a Junta de Freguesia de Barcouço, como a de Souselas (uma vez que Sargento-Mor é do perímetro de ambas as localidades), só tiveram conhecimento da obra quando esta começou».

Para o autarca, a construção de uma rotunda no cruzamento a Norte da localidade resolveria «o problema da segurança» no cruzamento. «Uma rotunda faria reduzir a velocidade rodoviária, permitia que todo o tipo de transportes circulasse bem e criava condições para inversão de marcha para Norte, o que agora levará a que os veículos tenham que andar 1,5 km para que isso aconteça», defende, acrescentando que pediu «uma reunião à IP, na passada segunda-feira, para que esclarecesse a situação», mas que ainda não obteve resposta.

Enquanto o nosso jornal estava no terreno com o presidente da Junta de Barcouço, um dos moradores, naquela rua há 70 anos, manifestou também a sua opinião, afirmando ser «uma obra que não acrescenta nada à localidade». «Acho que isto é estragar dinheiro. Já viu os camiões da empresa, aqui do lado, virem por dentro da localidade?», questiona Fausto Fonseca, defendendo também uma rotunda para aquele local.

Contactado pelo «Bairrada Informação», António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, explica que recebeu, na semana passada, «um ofício, por email, onde a IP informou que iria intervir naquele ponto negro, tendo sido remetido de imediato para os serviços para ser analisado».

Tentámos ainda obter uma declaração por parte da IP sobre a obra, através do formulário institucional no sítio da internet da empresa, remetido ao início da manhã de ontem e cuja resposta, até às 12h25 desta sexta-feira, não foi rececionada pelo nosso jornal.

 

Mónica Sofia Lopes