Guilherme Duarte, atual presidente da Fundação Mata do Bussaco em regime interino desde o início de 2021, já terá sido nomeado, por despacho, para efetivo presidente da Fundação num mandato para cinco anos. É o próprio que confirma ao «Bairrada Informação», afirmando “já ter reunido com os funcionários da Fundação e com o presidente da Câmara da Mealhada”, na manhã desta terça-feira, dando conta da novidade. Para breve, estará a publicação da nomeação do Governo em Diário da República, o que hoje, quarta-feira, ainda não tinha acontecido. Recordamos que o processo de impasse nesta nomeação sofreu um revés, depois de, em abril passado, Guilherme Duarte ter sido informado de que não permaneceria.

“Estou de consciência tranquila, pois tenho feito o melhor que posso e consigo”, são as primeiras palavras de Guilherme Duarte, que garante que o grande objetivo “é fazer do Bussaco Património Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”. “Para isso temos um grande caminho a percorrer, que vai ter que ser acelerado nos próximos tempos”, enfatiza.

Agendada para brevemente está a assinatura do protocolo entre a Fundação Bussaco e o Fundo Ambiental no valor de 300 mil euros, “para que possamos continuar o trabalho de valorização da Mata do Bussaco e respetivo melhoramento das condições de apoio à visitação”. Nesta matéria, estão previstas “a aquisição de pelo menos duas viaturas elétricas para serem disponibilizadas ao visitante; a continuação dos arranjos da sinalética; e a recuperação integral das nossas estufas para comercialização e povoamento da Mata”.

“Depois há a constante preocupação em manter a Mata limpa”, enfatiza Guilherme Duarte, adiantando que houve, há já alguns meses, uma reunião com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais para averiguação de possibilidade de reclusos trabalharem no Bussaco. “O protocolo mudou e agora os reclusos vêm de Coimbra sozinhos, o que significa alguns constrangimentos em matéria de transportes até ao Bussaco”, disse ainda.

Recordamos que o impasse diretivo na Fundação Bussaco foi sempre uma preocupação do atual presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, desde que tomou posse em outubro passado. Em entrevista ao nosso jornal, em maio passado, o autarca referiu não conseguir entender como é que desde junho de 2021, altura em que foi publicada a alteração dos estatutos da Fundação, até maio de 2022, “se continue com um presidente interino, sem poderes para tomar decisões”. “Uma lei que é aprovada e entra em vigor, mas em que a composição dos órgãos definidos nesses estatutos, dos quais faço parte enquanto presidente da Câmara, não está sequer constituída”, disse também na ocasião.

Findo o impasse, o autarca, ao nosso jornal, confirma a nomeação por parte da Administração Central, concretamente do Ministério do Ambiente, lamentando que «tenha sido tardia», mas desejando ao nomeado “os maiores sucessos para esta nova etapa”. “O que for bom para o Bussaco, é bom para o concelho e para a região”, enaltece.

Uma constituição que, segundo Guilherme Duarte, estará agora para breve e da qual fazem também parte do conselho executivo da Fundação, por inerência, o presidente do Instituto do Turismo de Portugal, I. P.; o presidente do conselho diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I. P.; o diretor-geral do Património Cultural; e o presidente da Câmara da Mealhada.

 

Mónica Sofia Lopes