A obra do Mercado Municipal da Mealhada «ainda está inacabada», informou o presidente da Câmara, António Jorge Franco, na última reunião do executivo, depois da oposição socialista questionar o porquê de a infraestrutura não estar aberta.

«Não mandei parar a obra. Esta encontra-se ainda inacabada», referiu o presidente da Câmara da Mealhada, explicando que «a obra já vinha com atraso há muito tempo» e que, neste momento, «ainda estão lá pessoas a trabalhar na parte elétrica».

O assunto foi espoletado por Rui Marqueiro, vereador eleito pelo PS, que referiu ter pedido informações a 19 de maio e que, até à última reunião, que se realizou na passada segunda-feira, ainda não tinha obtido qualquer explicação. «As respostas a dar sobre o Mercado são simples e, por isso, se não me forem dadas, irei apresentar uma exposição ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro e dar conhecimento da situação à ASAE, à CCDR Centro e à Inspeção Geral das Finanças», referiu o anterior presidente da Autarquia, enfatizando que «a obra teve um custo de dois milhões e 150 mil euros, valor acrescido de IVA» e que, aquando da sua saída da Autarquia há oito meses, «já tinham sido pagos um milhão e 900 mil euros».

António Jorge Franco disse ainda que «os serviços devem querer uma análise mais cuidada» referindo-se à informação pedida pelo vereador da oposição.

Já em maio passado, em declarações ao nosso jornal, o presidente da Câmara da Mealhada referiu que a obra do Mercado Municipal da Mealhada ainda não tinha sido entregue à Autarquia pelo empreiteiro. Na ocasião, o autarca afirmou que a referida empreitada fazia parte de um lote «de obras a decorrer (provenientes do anterior mandato), muitas delas sem financiamento dos fundos comunitários», exemplificando que, para além do Mercado da Mealhada, estariam na mesma situação as Piscinas da Mealhada, os Balneários do Campo de Futebol do Luso e o Challet Suisso, na Pampilhosa.

Situado na Rua Dr. Américo Couto (junto ao Complexo Desportivo da Mealhada), o novo Mercado na Mealhada, e segundo comunicado municipal emitido no final de 2018, «está estruturado num único piso, com dois alinhamentos de bancadas fixas, permitindo a existência de 80 mesas de venda. No espaço central do mercado (terrado) localizam-se as mesas de venda e bancas de apoio, num total de 40. À volta do terrado localizam-se espaços de venda individualizados, 14 lojas e dois estabelecimentos de bebidas com acesso pelo interior e exterior do mercado. Existirão ainda seis bancas apenas com acesso pelo interior do mercado. A feira informal que se realiza semanalmente funcionará no terrado exterior, apoiado por dois módulos subdivididos, cada um, em três espaços destinados a estabelecimento de bebidas».

O auto de consignação da obra do Mercado da Mealhada foi assinado em dezembro de 2018 tendo um prazo de execução de um ano.

 

Mónica Sofia Lopes