Cerca de um milhar de pessoas juntou-se, no passado dia 15 de junho, na Mealhada, para cantar os parabéns ao Rei dos Leitões. No meio de clientes, amigos e parceiros de negócio, a figura de Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, destacou-se, tendo o comendador só abandonado o local depois de descerrar uma placa comemorativa da ocasião.
Naquele 15 de maio de 1947, os tios de Licínia Ferreira – Maria Olímpia Alves Ferreira e Arménio de Sá Camboa – assaram o primeiro leitão e serviram-no, dentro de pão, a quem por ali passava em «Dia de Ascensão». O negócio foi crescendo e em 2011 dá o salto, numa altura em que a Licínia Ferreira, atual proprietária do espaço e quem deu continuidade ao trabalho dos tios, se junta António Paulo Rodrigues, o mentor de um «refresh» no espaço ao nível da oferta gastronómica, mas também vínica.
Motivos relevantes para que no passado domingo fosse dia de uma grande festa, onde ao afamado leitão se juntaram, entre outras iguarias, os grelhados, as ostras, o sushi e uma panóplia de diversos vinhos da região. E tudo isto ao som da escola de samba Sócios da Mangueira, da Mealhada; do Mimo’s Dixie Band; e do saxofonista Gabriel Neves.
Foi também na ocasião da celebração dos 75 anos do Rei dos Leitões, que muitos dos clientes, amigos e parceiros de negócio ficaram a conhecer a Capela existente no espaço há já meio século. «Foi mandada construir pela minha tia, fundadora do Rei dos Leitões e que era uma pessoa de muita fé. Fomos crescendo com a casa para um lado, para o outro e para cima, mantendo sempre a capela original, aqui, exatamente no sítio onde a minha tia a mandou construir», referiu, em dia de emoções, Licínia Ferreira, recordando que «há três, quatro anos foi feita uma remodelação, em que pintámos a Capela e colocámos um teto novo. De resto está exatamente igual com toda a devoção que a minha tia nos deixou neste espaço».
E foi à porta da pequena Capela, que o Padre Rodolfo Leite celebrou «um momento de oração». «Esta foi uma herança, um bem que marcou os últimos 50 anos porque foi preservada. Faz parte da identidade desta casa, que está ao serviço de tantos, e tem sentido porque muitas vezes a refeição é também um espaço de gratidão e de encontro, onde partilhamos o pão, mas também o coração», referiu o pároco da Mealhada, rematando: «Quando somos capazes de ser agradecidos também somos reconhecidos».
Também antes das velas se apagarem, Pedro Machado, da Turismo Centro de Portugal, elogiou «o trabalho da Licínia, do Paulo e de toda a equipa que faz este extraordinário empreendedor Rei dos Leitões».
Mónica Sofia Lopes