«A Raridade das Coisas Banais», do escritor Pedro Chagas Freitas, foi apresentado na Mealhada, na tarde do passado dia 30 de abril, na rubrica «Palavra de Autor – Ciclo de conversas com escritores», promovida pela Biblioteca Municipal. O autor contou um pouco do seu percurso e, no final, privou com cada um dos presentes, respondendo às suas questões.
Pedro Chagas Freitas é um dos mais famosos escritores portugueses, e conta com trinta e sete livros publicados, tendo vendido mais de um milhão de cópias em todo o mundo. Em 2006, foi vencedor do Prémio Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura, tornando-se hoje num dos autores mais lidos em Portugal, mas também no México, em Itália, Albânia e no Brasil.
«Se calhar este é o meu último romance porque neste livro acredito que consegui colocar tudo o que queria para um romance», disse, na Mealhada, o autor confessando que gostava que esta obra fosse a sua «grande referência». «A minha vida é escrever livros e escrever para mim é uma necessidade», disse, recordando que «aos quatro, cinco anos estava sempre a inventar histórias».
«Lancei o “Mata-me” em 2005, altura em que não havia redes sociais e criei um blogue. No primeiro dia contei com quatro visitantes, mas no segundo já dupliquei para oito», disse, entre risos, afirmando que, ao fim de nove anos, aquando do lançamento do «Prometo falhar», em 2014, «já tinha cem mil seguidores». «Esta foi uma obra, a minha vigésima, vendida pelas pessoas em que passados dois anos ainda estava no primeiro lugar», referiu.
Apesar da escrita estar sempre presente desde cedo, Pedro Chagas Freitas relembrou as tentativas em conhecer novas profissões. «Fui nadador salvador, jogador de futebol, operário e porteiro de discoteca, mas falhei em todas», disse ainda, garantindo que «quis fazer outras coisas e não consegui».
Segundo o autor, «A Raridade das Coisas Banais» centra-se no crescimento de uma criança, «o peixinho Peré», contada na primeira pessoa e que, por isso, «é um livro muito sensorial». «Pedro Chagas Freitas é um escritor incrível. (…) Este livro é uma “wake up cal” para todas as crianças enjauladas em corpos de adultos dormentes. Para todos os adultos que precisam de resgatar o seu brilho. A sua fonte. Os seus sonhos», refere Valete, músico e letrista, sobre esta obra.
António Simões, jornalista, descreve a obra como «uma sublime lição de vida. (…) Neste livro, Pedro Chagas Freitas faz a escrever o que Messi faz a jogar. (…) Aliás, fá-lo melhor do que uma finta de Messi ao destino – porque o faz, também, como Maradona: com a mão de Deus que tem nos dedos de onde lhe sai o coração, escrevendo como só ele escreve».
Entre muitos outros, Pedro Chagas Freitas é também autor de «Ou é Tudo ou Não Vale Nada», um livro escrito em direto e ao vivo, em 2012 minutos consecutivos, com a ajuda de mais de duas dezenas de personalidades das mais diversas áreas.
Mónica Sofia Lopes