O executivo camarário na Mealhada aprovou, por maioria com os votos contra dos vereadores do Partido Socialista, a anulação da deliberação tomada em reunião de extraordinária da Autarquia de 24 de setembro de 2021, que incidia sobre a compra de um terreno, situado atrás do Centro de Saúde e Hospital Misericórdia da Mealhada, no valor de 700 mil euros.

A deliberação, que ocorreu na manhã da passada segunda-feira, 2 de maio, corrobora a já tomada em dezembro passado e acontece depois de um dos interessados ter sido ouvido cumprindo o «direito de audiência». «Estamos a falar de um terreno, com três artigos, junto ao Hospital, cuja aquisição ficaria em 700 mil euros e em que tomamos a decisão de não prosseguir com o processo», começou por explicar António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, adiantando ainda que «um dos proprietários contestou esta decisão», mas que «depois de fazer uma análise interna e jurídica, achamos que não há razões para dar continuidade à compra desse terreno».

O processo, que teve início no anterior mandato, serviria para o arranque da criação de uma unidade destinada a demências levada a cabo por uma instituição concelhia. «Isto é um valor que a Câmara não pode estar a assumir. Não faz sentido estarmos a investir para ceder a uma entidade privada», enfatizou o edil, acrescentando ainda: «Agora que sei que esta decisão cumpre a lei, estou de consciência tranquila».

O vereador da oposição, Rui Marqueiro, considera que «a Câmara no mínimo vai ter que indemnizar os proprietários». «Acho que esta audiência prévia está bem escrita, bem fundamentada e não tenho dúvidas de que a Câmara vai perder esta ação (em Tribunal). Não sei até se não pode estar em causa gestão danosa por parte do executivo», referiu.

Para a vice-presidente da Câmara da Mealhada, Filomena Pinheiro, «a nossa posição tem a ver com aquilo que achamos melhor para o nosso concelho. Estamos aqui para servir todos os munícipes e não só alguns».

 

 

Mónica Sofia Lopes