O Movimento Independente Mais e Melhor lamentou, através de um comunicado partilhado nas redes sociais no passado dia 15 de abril, o facto de o Governo ainda não ter nomeado ninguém para a Fundação Mata do Bussaco. «Entristece-nos a novela  do “presidente que deixou de ser e não sabe quem é, mas agora volta a ser até que seja outro” e que mostra que este Governo nomeia tarde, sem estratégia para a Fundação e para o Bussaco e olha apenas para o interesse  e a luta local do partido do Governo que escolhe o presidente da Fundação», lê-se na publicação.

A reação pública surge poucos dias depois do presidente interino da Fundação Mata do Bussaco, Guilherme Duarte, em funções há mais de um ano, ter sido informado, no início do mês de abril, pela secretaria de Estado das Florestas, de que não seria o nomeado para assumir a continuidade do cargo.

Não havendo, contudo, novidades, oficiais e públicas até então, o Movimento Mais e Melhor afirma que aguarda por «uma nova administração da Fundação Mata do Bussaco competente, com plenos poderes, com os meios que quem os nomeia deve fornecer, com um projeto claro, ambicioso, com capacidade de atrair investimento e que preste contas e apresente resultados que levem o Bussaco onde deve estar».

Na mesma nota, o «Mais e Melhor», movimento liderado por António Jorge Franco, atual presidente da Câmara da Mealhada, diz não esquecer «o objetivo de elevar o Bussaco a Património Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)». «Concordamos, apoiaremos e exigimos que não se perca o trabalho e os dinheiros que já investidos e que deram em nada até hoje. É a nossa primeira questão à nova administração. Exigimos ação imediata no dia a dia da Mata e na preservação e promoção do património natural e edificado», enfatiza a mesma nota.

A candidatura do Bussaco a Património Mundial da UNESCO foi aliás focada na última reunião do executivo camarário, com o vereador da oposição, Rui Marqueiro, a questionar por um valor de cerca de 42 mil euros que tinha como destino a empresa que está a tratar de todo o processo. «Falei com o presidente da Fundação e o dinheiro está lá para pagar à empresa, quando esta fizer prova do trabalho. Até ao momento, já foram disponibilizados (à empresa) cento e tal mil euros…», referiu Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia da Mealhada.

Um tema que levou António Jorge Franco a afirmar: «São assuntos importantes para o concelho, mas que têm a ver com a Fundação e os seus dois administradores». «A situação da Mata do Bussaco terá que ser resolvida e todos sabem que a minha visão é que esta seja uma instituição autónoma e autossustentável», referiu o edil, acrescentando que «tem que haver um corpo técnico, e um político também, para percorrer esse caminho; aprender-se com quem faz bem; e ir-se ao mercado buscar receitas». «A Câmara tem que ser parceira, mas não pode ser ela a comandar», rematou.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Imagem Wikipédia