Andreia Morgado, natural da Pampilhosa, no concelho da Mealhada, e proprietária do Táxi Morgadinha, com praça em Barcouço, adquiriu recentemente um veículo 100% elétrico, tornando-se, segundo a própria, «a primeira taxista no concelho da Mealhada e uma das primeiras em Portugal a apostar na mobilidade sustentável e a atingir a neutralidade carbónica». Uma aposta, há muito pensada, mas que foi acelerada agora devido ao aumento do preço dos combustíveis. «O gasto para carregar o táxi elétrico representa cinco a seis vezes menos comparativamente ao gasto em combustível do anterior veículo a combustão», garante a jovem que, há muito trocou o futuro na área do jornalismo, para o qual se formou, para se dedicar a um negócio de família, no universo das viagens de táxi.

«A transição para uma energia limpa já fazia parte dos planos, no entanto, só agora foi possível a sua concretização com o aparecimento no mercado de soluções com mais espaço e, claro, com maior autonomia», começa por explicar, em comunicado, Andreia Morgado, que acrescenta que «a quantidade de emissões de CO2 que o táxi a combustão enviava para a atmosfera era preocupante. Dia após dia, ano após ano, produzia gases altamente prejudiciais para a saúde pública como hidrocarbonetos, óxidos de nitrogénio e metano».

A crise económica pós-pandemia e a recente guerra a leste também aceleraram a necessidade deste investimento. «Perante a escalada nunca antes vista do preço dos combustíveis decidi ser esta a altura certa para arriscar. Os gastos em gasóleo tornaram-se incomportáveis. Juntando as manutenções e a substituição de peças de desgaste, a fatura mensal era elevadíssima. Posso afirmar que neste momento o gasto para carregar o táxi elétrico representa cinco a seis vezes menos comparativamente ao gasto em combustível do anterior veículo a combustão», enfatiza a empresária de 37 anos.

Os carregamentos do novo veículo são feitos na garagem de casa e provêm de energia 100% renovável, numa poupança superior a quinhentos euros por mês. Para além disso, a empresária foi mais além e optou por um veículo que utiliza materiais ecológicos no seu fabrico. «Este veículo elétrico centra-se num conceito amigo do ambiente. Os materiais utilizados no interior são totalmente sustentáveis. Por exemplo, os têxteis são produzidos através de fibras de nylon e de garrafas de plástico provenientes do oceano. O revestimento dos bancos é fabricado com matérias-primas extraídas da cana de açúcar. Já a pintura exterior utiliza tintas ecológicas derivadas de flores naturais e milho», desvenda Andreia Morgado.

E os clientes aplaudem. «Ficam muito agradados e admirados, até porque 99% dos clientes nunca tinha viajado num veículo do género. O ambiente silencioso e a tecnologia avançada contribuem para um nível de conforto superior ao habitual», remata a empresária.