«A obra das Piscinas Municipais da Mealhada ultrapassa um milhão de euros e não tem financiamento porque a candidatura foi chumbada». O alerta foi dado por António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, na última sessão da Assembleia Municipal, sobre uma empreitada que teve início no final de abril de 2021 e cujo investimento ascende a um milhão e trezentos mil euros. «Foi feita uma candidatura, que não foi aprovada, e houve um recurso, que voltou a ser chumbado. Na CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional) foi-me dito que não foram cumpridos os mínimos exigidos ao nível da eficiência enérgica e que só alterando todo o projeto… Como a obra está em andamento, vamos ver o que é possível fazer», referiu o autarca.
O assunto voltou a ser focado na sessão camarária de 7 de março, tendo António Jorge Franco afirmado que «a obra das Piscinas se encontra com algum atraso, mas acima de tudo se encontra numa situação nada agradável, uma vez que o projeto não contemplou os parâmetros relativos à eficiência energética». «Está a ser preparada uma reunião com a equipa de projetistas numa tentativa de serem feitas algumas correções ao nível da eficiência energética, e não só, para que assim possamos tentar obter ainda algum financiamento», acrescentou o edil.
Sobre o tema, Rui Marqueiro, vereador da oposição e presidente da Autarquia da Mealhada no anterior mandato, altura em que a empreitada teve início, explicou que «a DGEG (Direção Geral de Energia e Geologia) nunca colocou patamares de eficiência energética. O que é certo é que, excetuando a de Montemor-o-Velho, todas as candidaturas de piscinas municipais foram chumbadas».
Recordamos que o projeto da empreitada, que deveria ter ficado concluída no final de 2021, prevê «a construção de uma central térmica de produção de energia com utilização de biomassa e aplicação de painéis solares, além de trabalhos ao nível das fundações e estruturas em betão, alvenarias, substituição de caixilharias, serralharias e revestimentos, bem como trabalhos nas instalações, equipamentos e sistemas do edifício, tais como águas e esgotos domésticos e pluviais, eletricidade e aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC)».
Aquando do auto de consignação, em abril de 2021, o representante da empresa de Guimarães, responsável pela obra, alertava para um possível adiamento na entrega da mesma devido «aos constantes atrasos no fornecimento de material, assim como para a falta de outros», devido à pandemia por covid-19. «No ano passado, houve falta de ferro, este ano não se encontra PVC em lado nenhum», lamentou ao nosso jornal.
Recordamos que as Piscinas Municipais da Mealhada foram inauguradas no ano de 2000 e, aquando do seu encerramento para obras, contabilizavam cerca de 1600 utilizadores mensalmente.
Mónica Sofia Lopes