Notícia atualizada às 19h20 de 29 março 2022
Aquisição de viaturas elétricas, reabilitação dos viveiros, conclusão de sinalética turística, melhoramento dos trilhos e recuperação das Portas de Coimbra são os projetos previstos para a dotação de 300 mil euros do Fundo Ambiental, valor que a Fundação Mata do Bussaco viu aprovado recentemente. As intervenções têm que estar concluídas até novembro de 2022.
Depois de no ano transato a Fundação ter «cumprido inteiramente o protocolo de colaboração técnica e financeira (com o Fundo Ambiental), que levou a cabo um conjunto de ações», em 2022 não só volta a existir um novo «acordo» entre ambas as entidades, como este ainda sai reforçado em 50 mil euros. «Após as propostas enviadas pelo conselho diretivo da Fundação à secretaria de Estado do Ambiente, a verba atribuída à Mata saiu reforçada relativamente ao último ano», congratula Guilherme Duarte, presidente da Fundação Bussaco, explicando que o feito «muito se deve ao resultado do bom desempenho que tivemos no último protocolo».
Com a verba reforçada, o presidente da Fundação garante estarem já «a ser acionados os procedimentos para desenvolver os projetos, que têm que estar concluídos até novembro de 2022». Um dos primeiros é a aquisição de viaturas elétricas. «Dos 300 mil euros, 100 mil serão para este propósito, que dará apoio à visitação na Mata, nomeadamente a pessoas com mobilidade reduzida», explicou, ao nosso jornal, Guilherme Duarte, garantindo que esta é também uma forma «de reduzir a pegada carbónica, contribuindo para a sustentabilidade da Mata».
Outro dos projetos prende-se com a reabilitação e reaproveitamento dos viveiros florestais, criando no local um espaço educativo. «Os viveiros carecem, neste momento, de obras, por forma a tornarem-se mais atrativos para o visitante. Trata-se de um espaço magnífico de produção de plantas que depois servirão naturalmente para replantação em toda a Mata», continua o presidente da Fundação, acrescentando que outra das medidas implementadas «será a conclusão da sinalética turística».
Segundo o dirigente, serão também melhorados os trilhos e recuperadas as pontes em madeira no Vale dos Fetos e no Lago Grande. «Iremos também recuperar e arranjar as Portas de Coimbra, que estão completamente degradadas», concluiu.
Também o presidente da Câmara da Mealhada, em declarações à Lusa, congratula-se com a aprovação deste apoio, reconhecendo, contudo, que se trata de um valor insuficiente. «Nunca é suficiente, e falo à vontade porque já estive na Fundação, e todo o dinheiro que é enviado, através de candidaturas, é bem empregue. Dá para pouco, mas é importante também que a Fundação não esteja só a contar com as verbas que vêm de fora», destacou, defendendo um modelo de captação de investimentos também de privados, que tragam mais visitação.
«A Mata deve ser um projeto autossustentável e ter um modelo de gestão de receita própria, proveniente dos visitantes, da venda de produtos que a Mata tem e aluguer de espaços», acrescenta ainda o autarca.
Bussaco pode candidatar-se a fundos para redução do risco de incêndio
Entretanto, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática anunciou esta terça-feira, 29 de março, que estão disponíveis a concurso fundos europeus para redução do risco de incêndio nas matas geridas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e das Matas Nacionais do Bussaco, Tapada de Mafra e Herdade da Contenda. Ao nosso jornal, Guilherme Duarte, da Fundação Bussaco, não se mostra surpreso, garantindo que todas as conversas com a secretaria de Estado das Florestas «iam neste sentido». «Fomos ouvidos sobre esta necessidade para o Bussaco e estamos muitos satisfeitos», disse ainda, acrescentando que o próximo passo «é o de contratar uma empresa especializada que nos ajude a elaborar uma boa candidatura com cabeça, tronco e membros».
Segundo o Ministério do Ambiente, estas são verbas para “apoiar a 100% ações de arborização e de rearborização, de aproveitamento de regeneração natural, de controlo de espécies invasoras lenhosas, de gestão de combustível ou de construção e manutenção de infraestruturas florestais (rede viária, rede divisional e pontos de água)”.
Para a Mata Nacional do Bussaco a dotação disponível é de 150 mil euros.
Texto de Mónica Sofia Lopes
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