A presidente da Autarquia de Cantanhede, Helena Teodósio, vai levar à próxima reunião   camarária uma proposta no sentido de dar “carácter institucional à condenação da Rússia pela tentativa de subjugar um país democrático pela força das armas”, definindo, “também institucionalmente, os termos da atuação da autarquia para materializar o apoio às vítimas”.

Já unanimemente subscrita pelos representantes do PSD e do PS no executivo, o documento refere que a autarquia se “propõe acionar os mecanismos que estiverem ao seu alcance para ajudar a mitigar o sofrimento de um povo que está confrontado com um tremendo esforço de guerra para impedir uma invasão cujo desfecho configura desde já uma enorme tragédia humanitária”.

“As ações a empreender passam pela mobilização das forças vivas do concelho num movimento de solidariedade que contará com a participação ativa das juntas de freguesia e de todas as entidades que de algum modo possam contribuir para dar maior alcance às diferentes formas de auxílio, nomeadamente, associações, IPSS e empresas, sem esquecer o envolvimento de inúmeras pessoas com vocação para o voluntariado e as contribuições da sociedade civil”, pode ler-se no documento.

Segundo Helena Teodósio, a Câmara de Cantanhede tem já definido o enquadramento da sua atuação, tendo sido acionado o Gabinete de Apoio ao Imigrante, da Divisão de Ação Social e Saúde, para proceder “à identificação de todos os cidadãos da Ucrânia residentes no concelho de Cantanhede, facultando-lhes apoio ao nível do acolhimento de familiares refugiados devido à recente invasão do país”, o que passa também pela manifestação, “às entidades competentes, da disponibilidade da autarquia para providenciar habitação a famílias ucranianas fugidas da guerra, colaborando na agilização dos processos necessários à fixação de residência no concelho.

Outras das iniciativas passam pela concertação de uma estratégia com a Associação Empresarial de Cantanhede, para estimular as empresas do concelho a contratarem os refugiados, assegurando-lhes formação em língua portuguesa, bem como em outras matérias consideradas úteis para a sua integração social, e por diligenciar junto das escolas dos diferentes graus de ensino a criação de condições de aprendizagem favoráveis para as crianças de famílias de refugiados.

Entretanto, o Município de Cantanhede está a diligenciar no sentido de “apoiar todas as entidades vocacionadas para o voluntariado na recolha de bens a enviar para a Ucrânia, quer na resolução de questões logísticas, quer dando suporte às ações a desencadear em quaisquer domínios que venham a revelar-se úteis para o esforço de guerra do povo ucraniano”.

A proposta que a presidente da Câmara de Cantanhede vai submeter à votação do executivo contém “um voto de veemente repúdio à invasão da Ucrânia pela Federação Russa” e enaltece a firmeza com que a comunidade internacional respondeu com duras sansões que visam o rápido restabelecimento da paz no território ucraniano e a criação das condições necessárias para o país manter intacta a sua soberania. Totalmente alinhada com as posições assumidas pelo Governo Português, pela União Europeia e pela NATO na resposta à Federação Russa contra uma operação militar que veio afetar gravemente a ordem internacional e que está a ter repercussões incalculáveis na economia mundial”, a líder do executivo camarário cantanhedense subscreve integralmente a tese de que “a invasão da Ucrânia representa uma gravíssima agressão à soberania do país, um inconcebível ataque à integridade do seu território e um violentíssimo atentado ao direito do povo ucraniano à autodeterminação”.