A aquisição de uma viatura para recolha seletiva de resíduos (papel/cartão, plástico/metal e vidro), por parte da Câmara da Mealhada, que foi entregue com algumas inconformidades, está a criar alguns constrangimentos no serviço «Mealhada Porta-a-Porta», que já conta com um milhar de conjuntos de contentores distribuídos aos munícipes do concelho mealhadense. Na última reunião camarária, que se realizou no passado dia 12 de fevereiro, o executivo deliberou um prazo de quinze dias para que a empresa que entregou a viatura se pronuncie e faça as devidas correções à mesma, dando cumprimento ao caderno de encargos estipulado em concurso.
«A viatura foi entregue no final do ano de 2021, foi feita uma “checklist” e verificaram-se algumas inconformidades com o estipulado em concurso público», começou por explicar António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, informando que «foi enviado um ofício à empresa para recolher a viatura e corrigir as alterações técnicas, o que ainda não foi feito».
Já na reunião de 24 de janeiro, o assunto tinha sido abordado, onde foram enumeradas algumas das omissões no equipamento, nomeadamente, ausência de faróis de nevoeiro, placa de injeção de resíduos e até sinais de corrosão. Motivos que, entre outros, levaram à não receção da viatura por parte da Autarquia da Mealhada.
Nessa altura, Hugo Silva, vereador na Câmara, manifestou-se desconfortável com a situação, «até porque pode vir a gerar dificuldades no serviço “porta-a-porta”». Palavras corroboradas por António Jorge Franco que adiantou ainda, «que há o risco de ser perder a candidatura aos POSEUR (do qual a viatura foi alvo)». «É um problema que temos em mãos e esperamos que a empresa faça as correções o mais rápido possível», disse.
O vereador da oposição, Luis Tovim, sugeriu também «testar-se a viatura em subidas», alegando que «não vá a mesma não conseguir fazer recolha no Bussaco». Declaração que levou Filomena Pinheiro, vice-presidente do Município, a garantir que «só não foi ainda testada porque há incumprimento em outras matérias».
Na última sessão, Rui Marqueiro, vereador da oposição pelo PS e anterior presidente de Câmara, recordou o atraso na entrega da viatura, situação vivida ainda no seu mandato enquanto edil, questionando «se a Câmara pensa em multar a empresa». Mas para a jurista da Autarquia seria «extemporâneo fazê-lo agora». «O atraso veio a reunião e foi equacionada a aplicação de multas, mas a Câmara foi dando prazos ao adjudicatário», explicou a técnica, afirmando que «houve sempre uma postura de colaboração para se resolver o problema» e que a multa agora «não seria um incentivo ao cumprimento».
Na sessão de 11 de fevereiro, o executivo municipal da Mealhada deliberou assim, por unanimidade, «dar quinze dias à empresa para se pronunciar e proceder às correções na viatura, dando cumprimento ao caderno de encargos».
Nesse mesmo dia, o Município da Mealhada emitiu um comunicado onde refere que o serviço «“Mealhada Porta-a-Porta”, absolutamente prioritário e essencial, tem sido penalizado por um problema na viatura específica para esta recolha». «O Município tem tentado suprir esta falha com a adaptação de outra viatura, mas a recolha domiciliária tem tido alguns condicionamentos e não está a registar a celeridade desejável», acrescenta a Autarquia, garantindo estar «a envidar todos os esforços para resolver com brevidade e em definitivo esta situação», pedindo ainda «a compreensão de todos os munícipes».
Mónica Sofia Lopes