O executivo municipal da Mealhada foi, na manhã da passada segunda-feira, ver «in loco» um edifício no Luso, em vias de ser requalificado por um privado (tudo indica para alojamento local) e cujo seu requerente pede à Autarquia a dispensa de 18 lugares de estacionamento. Se por um lado, o executivo esfrega as mãos por haver interessados na recuperação do património, por outro, preocupa-se com o problema da falta de estacionamentos na vila, principalmente em meses de época alta, deixando os eleitos com dúvidas na posição a tomar.

«Trata-se da reconstrução de um edifício no Luso, onde é proposto à Câmara a dispensa de 18 lugares de estacionamento elegíveis, sendo dez privados e os restantes públicos. Não é uma situação fácil, pois por um lado há défice de estacionamentos na localidade, mas por outro devemos dar o máximo apoio possível a estas entidades que querem investir no concelho», começou por explicar, na reunião que se realizou a 10 de Janeiro, o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, adiantando que existe um parque de estacionamento público no Luso, «mas muito afastado deste local de recuperação deste edifício».

Também Margarida Costa, Chefe de Divisão de Gestão do Planeamento Territorial na Autarquia, declarou que se trata de uma construção «com dez fogos habitacionais tipologia T0». «Em dia de atendimento, foi-nos apresentado o projeto e alertámos logo para a situação do estacionamento. Ficámos assustados com o número de lugares pedidos, mas reconhecemos a importância da reabilitação», disse, acrescentando que «o projeto garante dois lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade condicionada, mas depois pedem a dispensa dos restantes 18».

Com algumas dúvidas para votação da cedência de lugares foi Sónia Leite Oliveira, vereadora da oposição eleita pelo Partido Socialista, quem sugeriu, na reunião de há 15 dias, uma visita ao local, repto que foi aprovado por unanimidade e que ficou agendado para a manhã da passada segunda-feira. «Sou um grande defensor da recuperação do património, mas se há um problema que o Luso tem é mesmo o do estacionamento», enfatizou o presidente da Câmara, acrescentando que a visita poderia servir para «garantir a maioria dos lugares pedidos».

Na reunião da passada segunda-feira, também Rui Marqueiro, vereador da oposição eleito pelo PS, afirmou «votar contra os 18 lugares de estacionamento de dispensa, precisamente pelo problema da falta de estacionamentos no Luso, principalmente em algumas alturas. Se em vez de pedir 18, pedisse seis, por exemplo, já mudaria a minha posição».

«Vamos ao local falar com a responsável do projeto porque acho que é muito importante a construção deste edifício», enalteceu António Jorge Franco, sobre um projeto que irá ser votado pelo executivo numa próxima reunião camarária.

 

Mónica Sofia Lopes