Nuno Canilho foi reeleito presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Mealhada. Na tomada de posse, que aconteceu na noite da passada quinta-feira, o dirigente, que ocupa o cargo desde 2012, garantiu que se «fechou o ciclo da requalificação do quartel, com as obras concluídas e pagas», mas que, com a pandemia, «não seria de todo a melhor altura para a equipa sair». O atual mandato terminará em 2024, a três anos da Associação comemorar o seu centenário.

«Quando fomos eleitos há nove anos, um dos objetivos da nossa equipa era a intervenção no quartel. Uma obra relativa ao sector operacional, no valor de seiscentos mil euros, que está construída e paga através dos fundos do POSEUR», enalteceu, ao «Bairrada Informação», Nuno Canilho, garantindo que «há outros projetos em mãos», nomeadamente no que concerne ao investimento «em equipamentos e na formação dos bombeiros».

A questão da pandemia foi também um dos fatores para que a equipa liderada por Nuno Canilho avançasse com uma nova recandidatura: «Não era de todo a melhor altura para sairmos, até porque dado o panorama dos últimos anos, somos, neste momento, as pessoas melhor posicionadas».

Palavras corroboradas por Nuno Salgado, reeleito presidente da mesa da assembleia-geral, que durante o ato da tomada de posse, afirmou: «Continuem, porque já deram provas do que são capazes de fazer».

A nível financeiro, o dirigente enfatiza que «para se continuar a cumprir com a função ordinária, da proteção da população, é necessário recorrermos a fontes de financiamentos extraordinárias», exemplificando com os peditórios, donativos, apoios extraordinários camarários, trabalho voluntário da comunidade na organização de eventos e «da boa vontade dos outros».

Com 52 bombeiros no corpo operacional, no passado dia 2 de dezembro, entrou em funções a 2.ª Equipa de Intervenção Permanente, financiada pela Autoridade Nacional da Proteção Civil e da Câmara da Mealhada, garantindo Nuno Canilho ser esta «uma grande medida de socorro» prestada por ambas as entidades financiadoras.

O presidente da direção dos Bombeiros da Mealhada lamenta, contudo, que «a Mealhada tenha o serviço de INEM disponível à população, porque os Bombeiros aceitam financiar o Estado e manter um serviço deficitário», o que representa para a Associação da Mealhada um prejuízo de vinte e cinco mil euros anualmente. Situação que o dirigente teve oportunidade de transmitir ao candidato socialista Pedro Nuno Santos, na manhã de ontem, aquando de uma visita ao quartel. «Não nos podemos esquecer que 98% do socorro no nosso país é feito pelos bombeiros», disse, na ocasião, explicando os inúmeros gastos da corporação. «Só a nossa ambulância do INEM tem 585 mil quilómetros», enfatizou.

Em resposta ao nosso jornal, acerca do que pode parecer um abandono do Estado para com os Bombeiros Voluntários, Pedro Nuno Santos enfatizou que, no caso concreto da Mealhada, o investimento está à vista «com uma renovação integral do quartel, no valor de seiscentos mil euros, e uma segunda EIP em funções», justificando, contudo, que «as necessidades são muito maiores que os apoios disponíveis. Precisamos sempre de mais».

 

Órgãos sociais eleitos

Consigo na direcção, Nuno Canilho tem como vice-presidente Nuno Semedo, Filipe Costa como secretário, Cláudio Lopes como secretário-adjunto e António Marrinhas como tesoureiro. Carlos Castela e Manuel Vicente são os vogais.

No conselho fiscal, Bruno Peres é o presidente, Manuel Filipe o vice-presidente e António Costa o secretário.

Na assembleia-geral, Nuno Salgado mantém-se como presidente da mesa, João Pega é o vice-presidente e Fernando Parreira o secretário.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografias de José Moura