A Assembleia Municipal da Mealhada aprovou, por unanimidade, na semana passada, o orçamento municipal para 2022, no valor de 22,9 milhões de euros. Os documentos previsionais foram aprovados com os votos favoráveis das bancadas do Movimento Independente Mais e Melhor, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” e do PCP. O PS não esteve presente nas deliberações do órgão, uma vez que os seus deputados, os três presidentes de Junta de Freguesia eleitos pelo Partido Socialista e os vereadores do mesmo partido ausentaram-se da sessão logo no seu início, alegando que foi convocada de forma irregular, um assunto que o nosso jornal irá desenvolver nos próximos dias.

O Plano e Orçamento para 2022 já haviam sido aprovados, por unanimidade, em sede de executivo municipal, e mereceram também a unanimidade da Assembleia Municipal da Mealhada. “Os documentos elencam as linhas estratégicas do atual executivo, refletindo uma reorientação de posicionamento do Município, centrando-se em questões como educação e a coesão social, cultura, a saúde, o ensino e formação, o desporto e a juventude”, lê-se num comunicado de imprensa da Autarquia, que acrescenta que “destacam ainda a valorização dos recursos e produtos turísticos do concelho, a dinamização das sedes de freguesia, a renovação do tecido empresarial e a sustentabilidade ambiental (investimento ao nível das acessibilidades, mobilidade sustentável, segurança e eficiência energética)”.

“Um orçamento que está muito comprometido com projetos e aquisições do passado, em que muitas coisas não devemos e nem podemos anulá-las”, começou por dizer António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, garantindo ser “este o orçamento possível num espaço tão curto” e confessando “não ser o orçamento que gostasse tanto de ter”. Apesar disso, o autarca assume que “a nível de estratégia já há uma mudança”: “Queremos fazer grandes obras, mas obras que sirvam a população. Aqui já se nota uma forma diferente de pensar”.

Também Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia, declarou que “apesar de este não ser o nosso orçamento, vai ao encontro daquilo que foi a estratégia de campanha”. “Vamos tentar reorientar este investimento para as prioridades que tínhamos. Comprometemo-nos perante a comunidade em reposicionarmo-nos em termos sociais, ambientais e económicos a nível regional e nacional”, acrescentou a autarca, concluindo ainda: “Temos a certeza que o concelho da Mealhada merece mais e melhor e este orçamento dá-nos alguma possibilidade de folego para olhar para o Plano de Recuperação e Resiliência e o acordo de parceria (Portugal 2030)”.

Para António Neves, do PCP, os documentos previsionais contêm “conceitos difusos, linguagem tecnocrática e abundância excessiva de palavras sem conteúdo”. “É um orçamento que não se afasta do anterior executivo”, enfatizou.

Também Pedro Semedo, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, referiu que “o orçamento é uma herança do executivo anterior, estando em causa honrar compromissos já assumidos”. “Esperemos que os próximos orçamentos contenham outras ideias. Seremos críticos e construtivos”, rematou o deputado municipal.

 

Mónica Sofia Lopes