Depois de um processo «moroso e penoso» de mudança das instalações, a Conservatória dos Registos Civil, Predial, Comercial e Automóvel na Mealhada tem nova «casa» e deixa de lado o passado em que os serviços se disponham por dois edifícios distintos e longe um do outro, na cidade da Mealhada. Uma obra na ordem dos 360 mil euros, que se situa agora num dos lotes da Urbanização Quinta dos Coutos, e que, segundo a secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso, «é um espaço digno com todas as condições para prestar um serviço mais próximo, sempre com os olhos postos no digital e no trabalho à distância».
Foram anos de espera, por melhores condições, tanto por munícipes como pelos próprios funcionários dos serviços. «Apesar de em 2013 termos anexado as conservatórias, até à data, a da Mealhada continuou a funcionar em dois espaços diferentes, obrigando a deslocações inúteis», começou por dizer Filomena Rosa, presidente do Instituto do Registo e Notariado, na cerimónia de inauguração do espaço, lamentando que «constrangimentos vários não permitiram que a mudança para o novo edifício fosse feita até há bem pouco tempo».
«Hoje assinalamos a conclusão de um projeto e de uma obra há muito aguardada em prol da beneficiação dos munícipes da Mealhada. Finalmente, chegámos a bom porto, com melhor conforto, num espaço aprazível e funcional, que trará maior proximidade ao cidadão», disse ainda Filomena Rosa.
Presente na cerimónia esteve também o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, que lamentou que o processo de transferência para as novas instalações tenha sido moroso e penoso, «quer para os colaboradores que, durante anos, procuraram cumprir a sua missão em condições menos boas, quer para a comunidade que recorria a estes serviços, especialmente os do Registo Civil», que para se aceder tinha que ser num primeiro andar, subindo uma escada íngreme.
O novo edifício da Conservatória situa-se na Urbanização Quinta dos Coutos, na Rua Eça de Queirós, n.º 14, com entrada virada para a localidade do Cardal. Dispõe de 340 metros quadrados, com um novo layout, cinco postos de atendimento, conforto e acolhimento na zona de espera, zona de “backoffice”, uma sala de atos, um arquivo e acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. E para não se ter dúvidas de que se está no concelho da Mealhada, o espaço contém dois grandes outdoors alusivos à Mata Nacional do Bussaco.
E foi mesmo pelas imagens que a secretária de Estado da Justiça começou o seu discurso. «O que pretendemos é ter um modelo de proximidade e, por isso, é bom que estas imagens estejam aqui. Este é um exemplo de trabalho do que devem ser as conservatórias», referiu Anabela Pedroso, garantindo que o novo espaço tem todas as condições para um «bom atendimento presencial», mas também para «uma palavra que começa a vir mais à tona, a do digital, que já está a transformar os procedimentos e os processos». «O Plano de Recuperação e Resiliência poderá trazer simplificação e melhoria ao serviço», afirmou.
Para a secretária de Estado da Justiça, «existem muitos serviços massificados que podem ser entregues em casa». «Que se faça isso, para que as conservatórias não fiquem cheias com tudo aquilo que não precisa de ser presencial», defendeu, enaltecendo, contudo, que «hoje o que celebramos aqui não é apenas uma mudança de instalações, mas um espaço de prestação de serviços mais personalizados e próximos do cidadão».
Mónica Sofia Lopes