Tem apenas 23 anos, é natural da Mealhada e licenciada em Turismo. A pandemia virou-lhe as voltas e trouxe-lhe «demasiado tempo livre», ingredientes suficientes para que, em fevereiro deste ano, Rita Sousa lançasse a marca de roupa «Acaso by Rita», disponível exclusivamente online através das redes sociais e que já conta com clientes por todo o país, exportando também para França, Luxemburgo, Suíça, Alemanha, Grécia e Reino Unido. Em novembro foi mês de solidariedade com 20% da venda de cada peça a reverter para a Associação Mulher Século XXI, da região de Leiria, procurando assim a mentora da marca «ajudar uma instituição menos conhecida e que tivesse menos apoios que as habituais».

Quando a doença covid-19 se começou a instalar por todo o mundo, Rita Sousa estudava na Escola de Hotelaria e Turismo no Estoril, onde estava a tirar o Mestrado, enquanto era «guest manager» num alojamento local em Lisboa. «Com a pandemia o negócio começou a parar e acabei por voltar para a Mealhada. Desde os meus quinze anos que trabalhei sempre, ajudando a minha mãe na sua empresa de animação, e, de repente, vi-me muito parada e sem rendimentos a entrar», começa por explicar a jovem, manifestando «um gosto especial por moda, marketing, redes sociais e designer». «Era a oportunidade perfeita para ter algo meu», confessa.

Depois de meio ano de planeamento, surge a «Acaso», «precisamente porque nada é por acaso», diz Rita Sousa, falando num nome «forte e português». A escolha das peças, essencialmente provenientes de um fornecedor italiano, «é um processo muito longo», até pela premissa de «dar segurança ao cliente».

Depois há todo um processo de marketing nas redes sociais. «Por cada peça publico oito a dez fotos em modo geral, dez imagens de pormenor para se ver a cor e o tipo de material o mais possível e ainda faça um vídeo de apresentação», explica Rita Sousa, defendendo que «a “Acaso” é uma loja online, o que por si só não é uma ideia nova», mas que conta «com uma forma diferente de apresentação das peças»: «Exibimos os produtos por coleções em que cada uma tem um tema. Para além disso, com a ajuda da minha mãe, que é a minha grande parceira em tudo e a fotógrafa de serviço, escolhemos locais específicos para as sessões fotográficas, sabendo que os nossos clientes se identificam com muitos deles».

E os clientes – maioritariamente mulheres, mas também homens que adquirem roupa para oferecer a familiares – são em meio ano mais de seis centenas, espalhados por todo o país, ilhas e pelo mundo. E qual é a chave do sucesso? «Li muito sobre marketing antes de avançar com o projeto. Sei que os pormenores da cor escolhida para o logótipo, o tipo de letra nas publicações e a colocação do preço em cada artigo são vantagens para a marca», desvenda Rita Sousa, garantindo que, desta forma, incentiva a que «os clientes sejam o mais autónomos possível» na página da marca nas redes sociais.

«Desde o início soube que não iria desistir, mas também não sabia quando ia resultar. A verdade é que resultou e tem vindo a crescer», confessa a jovem que, com o resultado da campanha solidária na coleção «Mulheres», cerca de 150 euros, irá ajudar a Associação Mulher Século XXI, cujo valor será entregue ainda antes do final do ano.