A agência Lusa avançou, esta sexta-feira, 10 de dezembro, que “o vereador da Câmara da Mealhada Hugo Silva foi acusado pelo Ministério Público de um crime de violação de correspondência e quatro crimes de difamação agravada”, num caso que remonta ao mandato anterior onde era também vereador da oposição sem pelouro, eleito pela coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada», que junta  o PSD, CDS, Iniciativa Liberal, Partido da Terra e o Partido Popular Monárquico. Depois de um pedido para comentar a situação, Hugo Silva avançou esta manhã ao «Bairrada Informação», através de mensagem, que “as fontes do comunicado têm acesso a informação que eu não tenho. É-me impossível comentar algo que desconheço e sobre o qual nunca fui ouvido”.

Ao que tudo indica, em causa para esta acusação estará a partilha, numa rede social, de um correio eletrónico de Nuno Canilho, na qualidade de diretor da Escola Profissional Vasconcelos Lebre, com data de julho de 2017, enviado aos funcionários da instituição de ensino e que não foi endereçado a Hugo Silva, mas que alegadamente este terá partilhado na sua página de Facebook em maio de 2020.

Refere a acusação que ao divulgar o teor do email na rede social Facebook, “o mesmo quis que este fosse do conhecimento do maior número de pessoas possível, sabendo que Nuno Canilho não tinha autorizado tal divulgação”.

Também em maio de 2020, o vereador Hugo Silva enviou, à presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, uma carta aberta, “fazendo constar a vontade expressa de esta ser publicitada por todos os membros eleitos” no órgão, onde afirmava que “se esfumaram dos cofres municipais quase três milhões de euros em resultados negativos acumulados”, documento que acabou por ser “amplificado na comunicação social e redes sociais”. Uma declaração que não caiu bem a Rui Marqueiro, presidente da Autarquia de então, que, na altura, anunciou que iria apresentar uma queixa-crime no Ministério Público contra o vereador da oposição, por considerar a afirmação “caluniosa e difamatória”.

Em janeiro deste ano, Hugo Silva, na ocasião vereador da oposição, num comunicado remetido aos jornalistas, confirmou ser alvo de uma acusação, garantindo que “se tiver de ser, irei a Tribunal defender o que escrevi, sem subterfúgios e sem desdizer uma palavra”.

 

Sobre o assunto, considera o Ministério Público que as expressões mencionadas tiveram “o propósito concretizado de por em causa a atuação” do anterior presidente da Autarquia, Rui Marqueiro (atualmente vereador da oposição), assim como do restante executivo de então: Guilherme Duarte, Arminda Martins e Nuno Canilho.

 

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de capa de José Moura