Executivo municipal e projetista irão analisar, com mais pormenor, o projeto da empreitada de «Reabilitação do Chalet Suisso», na Pampilhosa, depois do «procedimento de concurso público sem publicidade internacional – decisão de adjudicação e de aprovação da minuta do contrato», ponto agendado para a última reunião do executivo – que foi telemática -, ter sido retirado da ordem de trabalhos, para que os autarcas, recentemente eleitos, obtenham mais informações sobre o mesmo.

«É um património valiosíssimo, um edifício extraordinário que precisa de uma intervenção urgente. Falamos de uma obra que ronda um milhão e 900 mil euros e todos devemos olhar bem para este projeto e ter contacto com ele», referiu, na reunião do executivo que se realizou a 29 de novembro, António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, pedindo a retirada do ponto da ordem de trabalhos.

Rui Marqueiro, vereador eleito pelo Partido Socialista e anterior presidente da Autarquia no executivo que adquiriu e iniciou os procedimentos da obra, recordou que «o projeto foi apresentado em sessão pública, tendo sido feito por bons técnicos». «O Challet tem uma história conturbada e é tarde para um novo projeto. Quando cheguei à Câmara também dei continuidade a projetos do anterior executivo. Julgo que se devia fazer o mesmo», defendeu Rui Marqueiro.

Mas António Jorge Franco afirmou não estar em causa o plano. «O que sugiro é que todos os vereadores olhem para o projeto para saberem o que irão votar depois», enfatizou, garantindo que «o importante é manter a história daquele edificado. O projeto está numa fase muito avançada, mas a funcionalidade que irá ter podemos ainda estudá-la».

«O Chalet Suisso faz parte da memória coletiva da Pampilhosa e do concelho da Mealhada. Se esta reunião tivesse sido presencial, o dr.º Marqueiro seria a melhor pessoa para nos explicar o que pensou para esta obra, até relativamente às questões de financiamento», disse também a vice-presidente da Câmara da Mealhada, Filomena Pinheiro.

Declaração corroborada por Gil Ferreira, vereador com o pelouro, entre outros, da Cultura, que acrescentou: «Não se coloca em causa o que estava a ser feito para aquele espaço. Queremos é ter mais informação e conhecimento. Desta forma, e para a minha tomada de posição, não consigo aferir a essência do projeto».

Já em julho deste ano, e ainda no mandato do anterior executivo, os vereadores da coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada» votaram contra a proposta de aprovação global do «Projeto de Execução de Reabilitação do Chalet Suisso – Análise do Projeto de Execução apresentado, a 8 de junho de 2021, pelo gabinete de projetos Rosmaninho & Azevedo, Arquitetos», alegando «ser ingrato aprovar um projeto sem o vermos». Rui Marqueiro, presidente da Autarquia nessa altura, lembrou que o anteprojeto foi «apresentado publicamente na Junta da Pampilhosa» e que «contou com casa cheia».

Recordamos que o «Chalet Suisso», situado em frente ao Pontão da Estação de Comboios, no centro da vila da Pampilhosa, foi mandado construir, em 1886, pelo emigrante suíço Paul Bergamin e adquirido pela Câmara da Mealhada em 2017, depois de anos ao «abandono».

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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