Céu, Alice, Tina e Virgínia, irmãs “Caldeireiras”

Faleceu, no passado dia 24 de novembro, com 85 anos de idade, Maria Alice dos Santos Silva, mais conhecida por “Alice Caldeireira”. O funeral realiza-se esta sexta-feira, 26 de novembro, às 16h30, partindo o cortejo da Igreja da Mealhada para o Cemitério local.

Natural da Póvoa da Mealhada, onde residia e onde faleceu, na sua habitação, era conhecida por todos(as) como “Alice Caldeireira”, um dos elementos integrantes e míticos do grupo da Terceira Idade que, durante anos, desfilou, com grande animação, nos corsos do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada.

Por já não se encontrar bem de memória, a entrevista sobre o “Grupo da Terceira Idade” para o livro dos “50 anos do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada”, publicado pela Associação do Carnaval da Bairrada em setembro passado, foi feita à sua irmã, Virgínia Santos Silva que, nessa altura, explicou que o grupo “sempre foi mais conhecido pelo «Grupo das Caldeireiras», da Póvoa da Mealhada”.

As irmãs Céu, Virgínia e Alice

“Éramos oito irmãos e andava lá tudo a dançar”, diz no livro Virgínia Santos Silva, “desvendando que a alcunha de «caldeireira» é proveniente do pai, caldeireiro de profissão. «Ele trabalhava num grande armazém, fazia tachos e panelas», acrescenta. «Íamos umas cinquenta pessoas e desfilámos no Carnaval durante uns 27 anos»”, disse ainda a irmã da “Alice Caldeireira” em entrevista à autora do livro dos 50 anos do Carnaval.

Nos últimos anos, “Alice Caldeireira” – viúva de Henrique Vitorino e mãe de Eduardo Vitorino e de Henrique Vitorino (este já falecido) – era presença assídua sentada à porta de casa, no “Pau do Fio”, na Póvoa da Mealhada. Na rede social Facebook são muitas as manifestações de pesar ao seu falecimento. “A D. Alice foi uma das figuras mais icónicas da nossa terra, simbolizou uma época. Uma senhora possuidora de uma alegria atávica, muito contagiante. Amou e viveu o Carnaval e a sua terra como poucos”, diz uma vizinha, corroboradora por outro munícipe, que escreveu: “Sempre que ia à Póvoa havia um cumprimento da Alice… Na sentinela do pau do fio”.

 

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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