Na próxima segunda-feira, dia 29 de novembro, decorrerá uma nova sessão da Assembleia de Freguesia de Barcouço, na tentativa de, pela quarta vez, os eleitos conseguirem colocar termo ao impasse para constituição do executivo da Junta. O assunto foi espoletado na Assembleia Municipal da Mealhada com as bancadas eleitas preocupadas com a situação na freguesia mais a sul do concelho.
João Cidra Duarte – eleito presidente pelas listas do Partido Socialista, mas sem maioria – viu, por duas vezes, os nomes que propôs para vogais serem chumbados pelos eleitos do Movimento Independente Mais e Melhor e pela coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada» – agregação do PSD, CDS, Iniciativa Liberal, Partido da Terra e Partido Popular Monárquico – que, em acordo, ficaram como força maioritária na Assembleia. Houve ainda uma terceira sessão, onde João Duarte avançou com a cedência de um vogal do PS, mas as restantes forças políticas só votariam favoravelmente se um dos elementos fosse do «Mais e Melhor» e outro da coligação. A sessão, que se realizou a 26 de outubro, voltou a ser suspensa, sem agendamento previsto e com a Junta a manter-se em gestão.
«Há uma estratégia concertada do PSD e Movimento “Mais e Melhor” que escolheram prejudicar Barcouço e a sua população. Não podemos deixar de lamentar esta estratégia para prejudicar a população», referiu a deputada socialista Joana Sá Pereira, na última Assembleia Municipal, numa intervenção que designou de «apelo à reflexão»: «Enterrem os machados de guerra e permitam que Barcouço tenha um executivo. O PS não desiste. O nosso presidente resistirá e não abandonará o seu papel».
Em resposta, André Melo, deputado eleito pelo Movimento Independente «Mais e Melhor», afirmou que «o presidente da Junta de Barcouço tem todo o direito de propor nomes para o seu executivo, mas não de os impor». «Passa precisamente hoje um mês da primeira convocatória e ainda nem outra sessão está agendada», disse.
«A primeira reunião para tomada de posse, que não foi concluída, foi a 19 de Outubro, seguiu-se outra a 22 e mais uma a 26. A quarta reunião ainda não foi convocada e o povo de Barcouço merece mais consideração», afirmou também Carlos Pimenta, do «Mais e Melhor», defendendo que passou mais de um mês «para o senhor presidente de Barcouço se demitir ou não». «Não fazer nada também é uma decisão, a decisão de não agir», declarou.
João Duarte, o eleito presidente da Junta de Barcouço pelo Partido Socialista, mas sem maioria, informou que a convocatória seguiu, no passado dia 19, em correio registado, para que a reunião aconteça a 29 de novembro. «O presidente da Junta não pensa sequer em se demitir. A proposta para vogais é feita pelo presidente, eu acabei por ceder um elemento, mas não abdico de outro e é isto que está em cima da mesa desde a segunda reunião. Barcouço não merece a inflexibilidade do grupo que se uniu», lamentou o autarca, acrescentando que «Barcouço merece trabalhar» e que não está «agarrado a qualquer tipo de poder». «Não queiram que isto se transforme numa ganância de lugares. Não é assim que quero trabalhar», apelou.
O presidente da Junta de Barcouço afirmou ainda que «cabe ao poder central alterar esta situação, que não acontece só em Barcouço».
Mónica Sofia Lopes