O presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, desafiou, esta tarde, o Governo a resolver a situação da Fundação Mata do Bussaco e a “olhar verdadeiramente” para a Mata Nacional. Em causa está o facto de o Governo não ter ainda nomeado, em definitivo, o presidente do Conselho Diretivo da Fundação.

Desde junho, aquando da alteração dos estatutos da Fundação Mata do Bussaco, que se aguarda a nomeação do novo presidente do Conselho Diretivo da instituição. A presidência da mesma continua a ser assegurada por Guilherme Duarte, antigo vice-presidente da Autarquia, que substituiu, de forma interina e pro bono, António Gravato, desde a sua saída em fevereiro de 2021.

“A Administração Central tem que olhar para a Mata e para a Fundação e não pode deixar esta situação de indefinição continuar. Desde junho que foram alterados os estatutos, mas a instabilidade continua porque não foi nomeado o novo Conselho Diretivo e o seu presidente. Não podemos continuar de costas voltadas para um património tão valioso” afirmou o autarca da Mealhada.

De acordo com os novos estatutos, o Conselho Diretivo é composto pelo presidente e por quatro vogais não executivos.  “O presidente do conselho diretivo é designado pelo membro do Governo responsável pela área das florestas. (…) Os vogais não executivos são, por inerência, o presidente do Instituto do Turismo de Portugal, I. P., o presidente do conselho diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I. P., o diretor-geral do Património Cultural e o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, podendo delegar em dirigente dos respetivos serviços ou organismos”, refere o Decreto-Lei n.º 35/2021.

“Estamos a falar de um património mundial que deve ser preservado por todos. A Câmara Municipal da Mealhada será sempre parceira da Mata Nacional e da Fundação Mata do Bussaco, mas não pode estar sozinha”, afirmou António Jorge Franco, que foi o primeiro presidente da Fundação Bussaco em 2009, na sessão de encerramento do seminário “Sement Event”, promovido pela FMB no âmbito das Comemorações do Dia da Floresta.

A Mata Nacional do Bussaco, com uma área florestal de cento e cinco hectares, tornou-se monumento nacional em 2018, um passo considerado vital para a candidatura, em curso, a Património Mundial da Humanidade.