O Minimercado «A Mercearia», em Vilarinho do Bairro, no concelho de Anadia, foi alvo de uma tentativa de burla na passada quarta-feira. O discurso dúbio do homem que, segundo Paula Cristina Santos, proprietária do estabelecimento, «não aparentava ter mais de 40 anos»; a lembrança do que tinha acontecido, recentemente, na papelaria «Lita», na cidade de Anadia; e o alerta recebido pelo programa «pagaqui» (do Grupo SaltPay), quando introduziu os dados da entidade do pagamento, foram os ingredientes para que a burla não saísse vencedora.
O caso da «Mercearia» em tudo é parecido com o da papelaria «Lita», registado no passado dia 19 de Outubro, tendo o indivíduo burlado a proprietária em 59 euros, depois da transação no «payshop» ter sido concluída com sucesso e o homem, também «na casa dos 40 anos», ter saído do estabelecimento sem o devido pagamento em dinheiro, como exige o procedimento, que facilita a vida de muitos clientes no pagamento de despesas e serviços. Valeu o acesso rápido às câmaras de videovigilância do estabelecimento e a célere atuação da GNR que, pouco tempo depois, intercetou o homem, residente em Carnaxide, já na zona da Mealhada.
Agora a tentativa de burla ocorreu no Minimercado «A Mercearia», na localidade de Vilarinho do Bairro. «O homem, na casa dos 40 anos, com boa apresentação e que falava bem o português, foi a primeira vez que entrou na loja, pelo menos que me tivesse apercebido», começou por explicar Paula Cristina Santos, acrescentando que «foi colocando as suas compras no cestinho, enquanto falava que tinha acabado de levantar 200 euros e que precisava de fazer um pagamento através do “pagaqui”».
«Estamos a falar de um montante de 101.80 euros e o rapaz sugeriu que fizesse a conta todo junto com a mercearia. Expliquei, enquanto ia fazendo a operação, que eram coisas distintas, logo pagamentos diferentes. O homem disse que ia ao carro buscar dinheiro, apesar de ter sempre um cartão de multibanco na mão, e nunca mais apareceu», relata a proprietária d’«A Mercearia», que, na mesma altura, e antes da operação estar concluída, recebeu um alerta do «pagaqui», «nada habitual», avisando para «a receção do dinheiro antes da conclusão da operação».
«Foi um conjunto de situações que me levaram a não ter feito o pagamento. Na verdade, nem me apercebi se o homem veio de carro, a pé ou de bicicleta, como tinha mais clientes na loja, não tomei conta disso», referiu ainda Paula Cristina Santos, adiantando que fez uma pesquisa sobre a entidade 12167, tendo descoberto ser relativa «a uma plataforma de jogos».
Antes de se deslocar ao Minimercado «A Mercearia», e segundo a sua proprietária, «o mesmo indivíduo terá ido a uma papelaria, também aqui em Vilarinho do Bairro, mas como a colega não tinha plafond suficiente na plataforma, a operação não se concretizou». «Parece que também o mesmo homem, pelo menos com descrição idêntica, terá também passado por um minimercado na Venda Nova, aqui ao lado, conduzindo uma carrinha preta da marca Mercedes», declarou Paula Cristina Santos, garantindo não ter feito queixa na GNR, mas considerando importante «alertar a população, publicamente, para o que anda a acontecer. Eu não fui lesada, mas alguém pode vir a ser».
Texto de Mónica Sofia Lopes
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