Um centro de inovação e de investigação dedicado ao espumante, que há muito se perspetiva para a região da Bairrada, concretamente para a cidade de Anadia, está a ganhar forma e será uma realidade. Pelo menos foi essa a garantia deixada por Rui Martinho, secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, na tarde de ontem, aquando da visita à Estação Vitivinícola da Bairrada, local onde o Estado prevê gastar, numa primeira fase, cerca de um milhão de euros em obras de modernização e em equipamentos.

«Vamos fazer um investimento significativo neste espaço que pretendemos que se torne um centro de excelência e de investigação de espumante ao serviço do desenvolvimento do sector vitivinícola», referiu Rui Martinho, explicando que «até ao final deste ano haverá concretizações reais, nomeadamente com o projeto formalizado», onde se tenciona que intervenham um conjunto de entidades, tais como, agentes económicos, estabelecimentos de ensino, câmaras municipais, direções regionais de agricultura, comunidades intermunicipais, comissões de coordenação e desenvolvimento regional e comissões vitivinícolas.

«Ao longo dos últimos anos, os vinhos portugueses têm melhorado a sua imagem no exterior. 80% da produção em Távora Varosa (região onde o secretário de estado também se deslocou na manhã de ontem) é dedicada ao espumante e queremos criar valor neste sector, permitindo que as uvas sejam vendidas a um preço mais elevado, melhorando assim a qualidade das mesmas e dos agricultores», referiu ainda o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, garantindo que a meta é a de se atingir «mil milhões de euros em exportação de vinhos até 2023».

A realidade do centro de investigação de espumantes em Anadia passará pela modernização da Estação Vitivinícola da Bairrada e respetiva Adega, num investimento de cerca de um milhão de euros provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência; pela realização de projetos de investigação, num investimento de cerca de meio milhão de euros; e ainda pela total requalificação das antigas Casas do Diretor e do Adegueiro, num protocolo que a Direção Regional de Agricultura do Centro pretende estabelecer com a Câmara de Anadia para afetar estes edifícios ao centro de investigação.

Para José Carvalheira, coordenador da Estação Vitivinícola da Bairrada, o dia de ontem foi um passo importante para o «nascimento» do centro de inovação do espumante português, que englobará as castas mais importantes de todo o país. «Será um centro de investigação para experimentar as castas do ponto de vista vitícola e enológico, nomeadamente, no que se refere aos processos de vinificação e tempos de casta, por exemplo».

«O espumante é o produto que mais cresce a nível global e Portugal tem uma produção de vinhos efervescentes incipiente. É preciso obter o conhecimento e divulgá-lo para melhorar a produção. Este polo de investigação será muito importante neste trabalho», disse ainda José Carvalheira.

 

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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