Moradores das Ruas de São Mamede e da Escola, na localidade de Famalicão, no concelho de Anadia, manifestaram preocupação, na sessão da Assembleia Municipal de Anadia, que se realizou na tarde da passada quinta-feira, pelo que consideram ser a instalação de um armazém de uma empresa de transportes nas imediações das suas habitações. Segundo as queixosas está a ser feita «uma obra de grande dimensão», que traz consigo «problemas de ruído e de resíduos». Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, garantiu que em agosto foram constatadas movimentações sem prévio licenciamento e foi levantado, pelo Município, um auto de contraordenação à empresa.

«Somos residentes em Famalicão, mais concretamente na Rua de São Mamede, onde nas imediações está a ser feita uma obra de grande dimensão», começou por explicar Flora Maria Costa Leiria, adiantando que «o dono do terreno tem uma empresa de transportes num concelho vizinho». «Preocupa-nos o que virá a ser feito ali, pela questão do ruído e também dos resíduos», enfatizou, acrescentando que se trata de um local com «um bairro residencial com um conjunto de casas recém-construídas». «Aquela obra não é benéfica para ninguém», lamentou.

Declaração corroborada por Maria José Marques Pires, também moradora, que garante tratar-se de «uma situação muito complicada». «Com uma coisa daquelas ali, as nossas casas passam a valer zero. Estamos muito nervosos com tudo isto», lamentou.

Teresa Cardoso, presidente da Autarquia, referiu que, no início do passado mês de agosto, foram constatadas movimentações «sem prévio licenciamento» e que «após análise foi levantado um auto de contraordenação por parte do Município de Anadia e um auto de notícia por parte da Direção Regional de Agricultura do Centro». «O furo que lá está foi licenciado pela Agência do Ambiente», disse.

A edil adiantou ainda que «o que foi pedido à Câmara foi para a construção de um armazém, o que é viável de acordo com o Plano Diretor Municipal, a questão está mesmo na atividade e no fim para que se destina». «O senhor começou a fazer movimentações de terras e o regulamento permite-nos indeferir o processo», continuou a autarca, garantindo que «não há arruamentos e infraestruturas que suportem ali aquele tipo de atividade. Não existe sequer possibilidade de utilizar o arruamento principal, até porque a Rua de São Mamede, segundo uma aprovação da Junta de Freguesia, passará a ter proibição de circulação de veículos com cinco toneladas».

«A obra não tem licenciamento e autorização do Município de Anadia e ainda tem um auto de contraordenação. Agora o senhor e a empresa têm o direito de se defenderem e o processo segue os trâmites normais nestas situações», rematou a presidente da Câmara de Anadia.

Na sessão, o assunto já tinha sido focado, no período antes da ordem do dia, por João Gaspar, deputado eleito pelo PSD, que garantiu «existirem terraplanagens e furos feitos». «Fala-se que é uma transportadora que vem da Mealhada», desvendou.

 

Mónica Sofia Lopes