Fernando Trindade, diretor do Agrupamento de Escolas da Mealhada, e Virgínia Melo, coordenadora do Centro Educativo da Pampilhosa, estiveram, na manhã de ontem, 28 de maio, na reunião extraordinária da Câmara da Mealhada, para dar o seu testemunho, sobre uma notícia vinda a público, rescaldo de uma reunião camarária, em que foi colocada em causa a segurança da já citada instituição de ensino.

280951_221650911212459_1545476_o (1)Tudo indica que, em menos de um mês, o Centro Educativo da Pampilhosa registou dois casos de alegado abuso e agressão que estão a ser alvo de inquérito. Se no primeiro há indício de que uma criança da Educação Especial tenha sido ameaçada, “com um pau”, por colegas que utilizaram termos de cariz sexual; no outro, tudo aponta para que um aluno tenha agredido, com um pontapé, uma funcionária que, em resposta, lhe terá dado “um estalo”. Nesta última situação, tanto a encarregada de educação do aluno, como a funcionária, apresentaram queixa na Posto da Mealhada da Guarda Nacional Republicana.

O assunto foi desencadeado, na reunião pública camarária, que se realizou na semana passada, por Hugo Silva, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, que garantiu que o que lhe foi transmitido, “é que paira um sentimento de insegurança no local e que se nota haver uma descoordenação entre a coordenadora do Centro e o diretor do Agrupamento”, sugerindo que a Câmara se pronunciasse, “até porque está ligada à educação através da municipalização”.

Declarações que levaram, ontem, Fernando Trindade a garantir que tem um diretor-adjunto “completamente disponível para o 1.º Ciclo e outro para o Pré-escolar”. “Há informação, permanente e diária, sobre todas as escolas e jardins-de-infância. Não há descoordenação nenhuma, muito pelo contrário, até há uma boa relação”, disse o diretor do Agrupamento de Escolas da Mealhada, enfatizando que “não há insegurança na escola” e elogiando ainda “a excelente Associação de Pais que o Agrupamento tem”.

Por outro lado, Fernando Trindade lamentou que o assunto tenha sido tornado público. “Para os alunos também não é bom sentir este alarido…”, disse, acrescentando que o Centro Educativo da Pampilhosa “é uma escola, francamente, dinâmica”. “Tivemos estes dois casos, que nos envergonham e os quais não gostamos, mas que servem também para aprendermos com eles”, enalteceu Fernando Trindade, “despreocupando” os pais: “Esta é uma escola francamente boa!”.

Virgínia Melo começou por lamentar “a publicidade negativa que foi feita à escola” que coordena, garantindo que esta “funciona e tem segurança!”. “Falo imensas vezes com o diretor e diretor-adjunto do Agrupamento”, disse, enfatizando que é com os seus superiores “que trata os problemas da escola”. “Tenho plena confiança nos colaboradores e estou sempre disponível para receber os pais e responder às questões, nomeadamente, sobre o tema de insegurança”, acrescentou.

Também Guilherme Duarte, vice-presidente da autarquia e responsável pelo pelouro da Educação, voltou a repetir as palavras da última reunião, garantindo que “de acordo com rácio estabelecido pelo Ministério da Educação – neste caso de sete funcionários -, o Centro Educativo da Pampilhosa tem a mais, uma vez que estão lá nove”. Para além disso, afirmou que a escola tem professores, com “obrigação, dentro da componente não-letiva, de prestarem apoio de vigilância”.

O autarca garantiu ainda que “semanalmente, técnicos municipais vão a todas as escolas saber as necessidades de cada uma”, nomeadamente, nas áreas do refeitório, manutenção e materiais pedagógicos.

 

Mónica Sofia Lopes