O Orçamento da Câmara Municipal da Mealhada para o ano de 2017 começou a ser discutido, na manhã de 5 de dezembro, em reunião pública, e apresenta, no documento preliminar, um valor que ultrapassa os vinte milhões de euros, mais três que o apresentado no ano transato.

A grande fatia irá para a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Mealhada, uma obra que ultrapassará os dois milhões de euros, seguindo-se a ligação de sistemas de água desde a Alta à Baixa da Mealhada, onde se prevê uma rubrica de um milhão e 215 mil euros.

Também para o Mercado Municipal da Pampilhosa, o fecho de redes de água, com amianto, em Casal Comba (que prevê trabalhos de movimentos de terras, implantação de condutas e reposição de pavimentos), e o prolongamento da Rua da Estação na Pampilhosa, com valores de 766, 757 e 400 mil euros, respetivamente, são prioridades para o próximo ano civil. O novo edifício dos Paços Município tem também uma rubrica avaliada em 54 mil euros e o Convento de Santa Cruz e as Capelas e Ermidas na Mata do Bussaco também têm estipulado uma verba no valor de um milhão de euros.

Por fim, e também com uma fatia considerável estão reparações, conservações e requalificações nas Escolas Básicas 2,3 da Mealhada e Pampilhosa, nos Jardins de Infância de Casal Comba, Carqueijo e Canedo e ainda na Escola Secundária da Mealhada, que atingem um milhão de euros.

Presente na sessão esteve a responsável pelo Departamento Financeiro da autarquia que, a algumas questões colocadas pela oposição, explicou que “as rubricas das receitas são feitas pela média dos últimos vinte e quatro meses” e que “a Câmara vai transitar de ano com um saldo de gerência no valor de sete milhões de euros”.

Hugo Alves Silva, que esteve presente pela primeira vez em reunião camarária a representar a Coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, manifestou “estranheza” pelo facto do presidente da autarquia estar ausente “numa reunião que prepara o Orçamento de 2017, que como todos sabemos será um ano ‘quente’ com as eleições autárquicas”. Declaração que levou os vereadores do PS a explicarem que o documento é um “draft”, que será apresentado aos partidos políticos, por Rui Marqueiro, no dia 15 de dezembro, seguindo-se a votação em reunião camarária a 19 e a 29 de dezembro o documento será, então, votado em Assembleia Municipal.

O vereador “estreante” declarou ainda “não ter sido cumprido o estatuto da oposição, nos últimos três anos, uma vez que o PSD da Mealhada nunca foi convocado para a reunião de discussão do Orçamento”. Arminda Martins, vereadora na autarquia, explicou que “uma vez que os vereadores da Coligação (onde se insere entre muitos partidos, o PSD) estavam nas reuniões e votavam o documento, o presidente assumiu estar representado o Partido, contudo, não deixou de assumir o seu erro, aqui mesmo, numa reunião”.