A Escola de Viticultura e Enologia da Bairrada assinalou, no dia 2 de dezembro, a efeméride dos vinte e cinco anos de existência, com um Seminário intitulado “Pensar hoje, para projetar o amanhã”. Ao «Bairrada Informação», Adriano Aires, diretor da Escola Profissional de Anadia desde o seu início, confessou sentir “uma enorme satisfação, principalmente pelo contributo que a escola tem dado ao município de Anadia”.

“Somos uma instituição de referência a nível regional e orgulhamo-nos muito de, em alguns cursos, termos uma taxa de empregabilidade de quase cem por cento”, acrescentou o dirigente da Escola Profissional de Anadia, que distribui cinco cursos por trezentos e trinta alunos, sessenta por cento deles oriundos de concelhos limítrofes ao de Anadia.

Mas Adriano Aires tem um sonho, o de conseguir instalações próprias para a escola, “com espaços para a formação, mas também para acolher os alunos nos seus períodos de lazer”, uma vez que funciona na Escola Básica 1 de Anadia, uma cedência da autarquia.

E também a Escola Profissional de Anadia, tal como tantas outras, sofre os atrasos do fundo comunitário POCH (Programa Operacional Capital Humano). “Temos os subsídios dos alunos pagos, os salários aos funcionários também, bem como os pagamentos aos fornecedores em dia, contudo, nos últimos meses estamos a ir às nossas economias e é sabido que todos os sacos têm um fundo…”, lamentou Adriano Aires, que não recebe nenhuma transferência desde o passado mês de setembro.

“Fomos a primeira escola a dar formação em contexto de trabalho”

Aquando da cerimónia de abertura do Seminário, o diretor da Escola Profissional de Anadia fez o balanço dos últimos vinte e cinco anos, garantindo que “os objetivos foram amplamente ultrapassados”. “Fomos a primeira escola a ter protocolo com empresas e a dar formação em contexto de trabalho”, acrescentou ainda.

E para Adriano Aires “as escolas profissionais combateram o absentismo e o abandono e insucesso escolares”.

“Se esta escola comemora vinte e cinco anos é porque tem futuro”

Luís Presa, presidente da ANESPO (Associação Nacional de Escolas Profissionais), defendeu o sucesso deste tipo de escolas, uma vez que dão “conhecimentos técnicos, excelentes, aos alunos para integrarem o mundo do trabalho”. Por outro lado, o dirigente explica que “toda a formação passa por um diagnóstico para que possa dar resposta às necessidades, imperativas, das empresas e da comunidade”. “Os países com maior desenvolvimento são os que apostam em formação”, acrescentou ainda.

Mas Luís Presa foi mais longe no seu discurso: “O país precisa de evoluirdsc01632 e estou certo que até 2020 estaremos a acolher cinquenta por cento dos alunos do ensino secundário”.

Já sobre os atrasos financeiros, o presidente da ANESPO, garantiu: “Das cento e cinquenta escolas que existem contam-se pelas mãos as que não sobreviveram e isso deve-se ao facto de serem escolas bem conciliadas, com projetos bons”.

“Se esta escola comemora vinte e cinco anos é porque tem futuro e eu acredito no futuro das escolas profissionais”.

“Formação de excelência nas áreas da viticultura e enologia”

Presente esteve também um representante da Delegação Regional de Agricultura e Pescas do Centro que elogiou “a formação de excelência da escola nas áreas da viticultura e enologia”.

E Teresa Cardoso, presidente da Câmara Municipal de Anadia, que desejou que “a escola continue no bom caminho” e que “possa sempre contar com o apoio do Município”.