A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, em simultâneo com a Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana, promoveu uma operação de estrada, durante trinta horas seguidas, cuja finalidade foi o de garantir que o transporte de produtos alimentícios esteja assegurado, nas melhores condições, até chegar aos distribuidores de retalho, nomeadamente, com todas as condições de higiene e de temperatura.

Cento e setenta e quatro inspetores, cinquenta e oito pontos diferentes e trinta horas depois, chegou ao fim esta operação – em que apesar não termos os dados oficiais finais, uma vez que a mesma só terminou às 2 horas desta quinta-feira -, até ontem, ao início da tarde já tinham sido inspeccionados um milhar de veículos de transporte de mercadorias.DSC05069

Quem o garantiu, ao «Bairrada Informação», foi Pedro Portugal, inspetor geral da ASAE, que, na tarde de 21 de março, esteve na operação que decorreu na Malaposta, no concelho de Anadia. “Até agora já inspecionámos mil veículos. Destes instaurámos doze processos de contra ordenação, um processo crime de contrafacção de material (por falsificação de materiais utilizando a marca de um dos principais clubes de futebol nacionais), apreensão de uma tonelada de produtos alimentícios, bem como de alguns registradores de temperatura”, referiu.

Para Pedro Portugal falar de “uma tonelada de produtos alimentícios” significa ter travado que esses produtos não chegassem “a cerca de cinquenta operadores de retalho”. Se quisermos um modo de comparação, é o mesmo que dizer que em apenas uma operação, a ASAE evitou ir a cinquenta estabelecimentos comerciais, tornando-a, assim, “mais eficaz” numa só ação.

Na região Centro, a operação teve dois pontos em Coimbra, um em Pombal, outro em Leiria, Mangualde, Castelo Branco, Guarda, Águeda, dois na Mealhada e um em Anadia.

Foi neste último que o nosso jornal assistiu à apreensão de um registrador de temperatura, cuja a última inspeção tinha sido feita em 2016. “Este aparelho tem um selo obrigatório de inspecção, que tem que ser renovado anualmente”, explicou Sérgio Pinto, chefe de equipa multidisciplinar. E neste caso, continuou, “estamos a falar de uma viatura que transporta produtos congelados e refrigerados, que depois de verificada a sua temperatura, cumprindo os requisitos, permitimos que possa ser descarregada”.

“Agora a empresa será alvo de um processo de contra-ordenação e depois de a viatura deixar a mercadoria no cliente, não pode voltar a circular sem ter o selo do registrador atualizado”, acrescentou.

E apesar do transtorno de serem “mandados parar”, os condutores “aplaudem” estas iniciativas. “São sempre importantes este tipo de ações para andarmos sempre legais e isto não ser uma rebaldaria”, disse-nos um dos fiscalizados, oriundo de Oliveira de Azeméis, que cumpria todos os requisitos para seguir o percurso.

DSC05071Na tarde de ontem, na cidade de Anadia, houve também uma parte da operação feita em circulação, uma forma de “‘apanhar’ os condutores que tentam ir por outros caminhos depois de avisados através das redes sociais dos locais onde estamos”, disse-nos um dos inspetores.

 

Mónica Sofia Lopes