Um conjunto de munícipes residentes no concelho da Mealhada deslocou-se à Assembleia Municipal da Mealhada, que se realizou na noite do passado dia 28 de dezembro, com o objetivo de levantarem questões sobre os animais errantes existentes no município. O tema levou Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, a adiantar que “até ao final do mandato, haverá um Centro de Recolha para Animais”.

No período destinado à intervenção público foi Carolina dos Santos, residente na Mealhada, quem espoletou a questão, dizendo que “o número de animais errantes no concelho tem crescido”, afirmando ainda estar em causa “a segurança e higiene públicas no concelho”.

A munícipe garantiu “não pertencer a nenhuma associação” de defesa dos animais, mas, contudo, disse “colaborar com a Associação ‘Quatro Patas & Focinhos’, que vai resolvendo os problemas com o apoio, nomeadamente, monetário, da população”.

Segundo Carolina dos Santos o atual “Abrigo improvisado da autarquia não tem condições”, alegando que a Câmara “abate animais mesmo saudáveis” e dando como exemplos de “autarquias exemplares as de Coimbra, Lousã e Mira”. “Acreditamos que vindo aqui, o Município e seu executivo vão querer ser um exemplo!”, acrescentou.

Também Ana Neto, da Pampilhosa, reforçou a ideia: “Trata-se da saúde pública e da contração de doenças, que afeta outros animais”.

Ambas disseram ainda “que prevenir e sensibilizar continua a ser a melhor estratégia se queremos mudar mentalidades e comportamentos, sobretudo quando falamos de seres vivos que estão na nossa total dependência e que não têm, por si só, como se defenderem”.

Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, aceitou e concordou com grande parte das preocupações das munícipes que se deslocaram à Assembleia Municipal para falar sobre os “animais abandonados” no concelho, mas garantiu que “desde que a lei saiu (final de 2013, início de 2014), nunca mais se abateu nenhum animal no município, a não ser que isso tenha acontecido sem a autorização do presidente da Câmara”.

O edil adiantou ainda que “já está a ser trabalhado um ante-projeto com a senhora vereadora Arminda Martins (responsável pelo pelouro do ‘Bem-estar animal’)”, garantindo que “até ao final do mandato, este assunto estará resolvido”.

Rui Marqueiro falou ainda da gestão orçamental do Município. “Defendemos não onerar os munícipes e manter taxas de impostos baixas, ora isso impede que sejam feitas todas as obras desejadas, num só momento”, referiu o autarca, concluindo: “Queremos construir a casa, não pelo telhado, mas pelos alicerces”.

A construção de um Centro de Recolha Oficial para Animais (Canil) é uma das promessas do programa de candidatura na Mealhada do Partido Socialista, levada às eleições autárquicas do passado mês de Outubro e cujo investimento será de alguns milhares de euros.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de José Moura