A localidade de Avelãs de Caminho, no concelho de Anadia, está sem farmácia desde o último dia do passado mês de outubro. A sócio-gerente da “Farmácia Rangel”, Sara Rolo, alega prejuízos de milhares de euros e pouca afluência de clientes ao espaço, que é arrendado e cujas relações com o proprietário “estão, neste momento, difíceis”. O assunto foi levado pela própria à reunião pública da Câmara Municipal de Anadia, que se realizou na manhã de 15 de novembro.23627411_1929473260403360_67915069_o

Apesar de a única Farmácia que Avelãs de Caminho tinha, estar encerrada, desde o passado dia 31 de outubro, Sara Rolo garante que o alvará do estabelecimento ainda tem duração de um ano “antes da sua caducidade”. E por isso, a gerente do espaço, proprietária de outras Farmácias no país, sugere a deslocalização para a Malaposta, informando o executivo que tem intenção de pedir à Infarmed que solicite um novo parecer à autarquia.

O primeiro pedido, e segundo Sara Rolo, foi efetuado em abril passado, tendo a autarquia delegado no anterior presidente da Junta de Freguesia um parecer, que “saiu” desfavorável à sócia-gerente da Farmácia, pois alegava ser este “um serviço necessário à população de Avelãs de Caminho”.

Mas Sara Rolo diz não conseguir suportar os encargos mensais inerentes a esta Farmácia, que não tem a afluência desejada. “Ninguém fecha uma Farmácia porque quer. As normas são muito rigorosas e a Infarmed, em consonância com a Associação Nacional de Farmácias, só autorizou este encerramento porque reconheceu que não estavam reunidas as condições para continuar a laborar”, alegou Sara Rolo, pedindo “sensibilidade para a questão”.

“Foram feitos estudos económico-financeiros e tirando a Malaposta só era viável que a Farmácia se deslocalizasse para a cidade de Anadia”, disse, lamentando, contudo, que “não era o que queria”, por preferência “de meios mais pequenos e de proximidade com as pessoas”.

Para a responsável pela “Farmácia Rangel”, o encerramento do estabelecimento significa “uma falha irreparável de um serviço no concelho de Anadia, com perda de postos de trabalho e milhares de euros de prejuízo” e, por isso, mostrou-se disponível para que “no novo pedido de deslocalização”, que tenciona que seja feito pelo Infarmed, lhe possa até ser sugerido pela Câmara um local, que não seja o da Malaposta. “Há um dado novo, nomeadamente, com a intenção de despejo, sem fundamentação, que me foi feito pelo proprietário do edifício e espero que isso seja motivo para que haja uma mudança na deliberação”, acrescentou.

“Não me sinto ‘segura’ naquele local e preciso urgentemente de mudar para outras instalações”, enfatizou Sara Rolo, alegando que na Malaposta espera que “a afluência de clientes seja outra, uma vez que o fluxo rodoviário, junto ao Itinerário Complementar 2, é intenso”, “continuar a servir os clientes que tem atualment em Avelãs” e “poder ainda fazer distribuição de serviços ao domicílio”, uma vez que tem a devida autorização para isso.

Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, lamentou que “o parecer não fosse de encontro aos desejos e expectativas” da sócia-gerente, relembrando que “apesar de servir a população, através de um serviço de proximidade, não deixa de ser um negócio privado”. “Vamos aguardar o novo pedido de parecer, que diz que irá ser remetido, para que o possamos analisar”, concluiu a edil.

 

Mónica Sofia Lopes