Foi junto à Estação da Pampilhosa que, na tarde de 1 de junho, foi assinado o auto de consignação da Obra de Estabilização de Taludes da Linha da Beira Alta, por José Serrano Gordo, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) e por José Gonçalves Teixeira, da empresa DST. A cerimónia contou com a presença  de Pedro Marques, Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, que deu, assim, o arranque, oficial, da intervenção no «Corredor Ferroviário Internacional Norte», que liga a Pampilhosa a Vilar Formoso, uma obra que abrange as linhas da Beira Alta e Baixa, num investimento de quase setecentos milhões de euros.

Renovada há quarenta anos, a Linha da Beira Alta “está no final do ciclo de vida”. Quem o disse foi Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, garantindo que “a segurança tem vindo a ser protegida, mas obriga a limites de velocidade”. “Havia comboios que ‘perdiam’ cerca de trinta minutos no seu percurso. Isso tem vindo a ser combatido à custa de muitos recursos financeiros, mas não chega… A modernização tem mesmo que ser uma realidade”.

E no essencial, a IP quer alterar “os sistemas de sinalização mediante a rede europeia; aumentar a capacidade de comboios nas linhas; e que os comboios que venham de Leixões e Aveiro entrem diretamente na Linha da Beira Alta, sem terem que vir ‘a sul’ e voltar para trás”.

Concretamente para a linha Pampilhosa – Guarda – Vilar Formoso a obra terá um custo de setecentos milhões de euros, cujo financiamento do programa Mecanismo Conectar Europa (CEF) rondará os quatrocentos milhões. “O restante valor destina-se ao esforço do Orçamento de Estado”, garante Carlos Fernandes.

O vice-presidente da IP explicou ainda que serão “ampliadas dez estações e outras remodeladas” e será também renovado o sistema de sinalização e tecnologia. “Queremos que os comboios passem nesta linha a 120 km/hora”, disse ainda.

As obras até já tiveram início com a renovação integral de um troço que está praticamente todo centrado no concelho da Mealhada, mais concretamente no Luso e Bussaco. Segue-se agora a “estabilização de cinco taludes de escavação (sensivelmente) do troço que vai da freguesia do Luso, que atravessa a Ponte de Várzeas, até quase Santa Comba Dão. “Uma obra de dois milhões de euros, que terá a duração de treze meses e que se realizará, fundamentalmente, durante os fins de semana”, mas que no final, fará com que os atrasos que hoje se sentem nos percursos “diminuam para dois minutos”.

E para se poder dar início às obras concretas na Linha da Beira Alta, de forma a que os utentes não fiquem prejudicados, será reposta a linha da Beira Baixa, na ligação entre a Guarda e a Covilhã, “que será depois um segundo corredor de acesso a Espanha”. “Uma obra a concluir até ao primeiro semestre de 2019 e que terá um custo de oitenta e cinco milhões de euros”, acrescentou Carlos Fernandes.

O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas disse “estar dado, assim, o arranque e modernização da Linha da Beira Alta”. “Nos próximos três anos, vamos reduzir os constrangimentos dos utentes e tráfego de mercadorias, ao mesmo tempo que estaremos a proceder aos concursos para o Corredor Internacional do Norte”, uma linha que quando estiver em obras sofrerá grandes constrangimentos na circulação.

“Estamos a fazer bom investimento público, para que com esta modernização possamos reduzir em trinta por cento os custos de transporte de mercadorias. Havendo um aumento da circulação de comboios de mercadorias, este tipo de transporte torna-se mais atrativo para os próprios empresários”, disse Pedro Marques, garantindo que “o país também precisa disto para combater a sua descentralização geográfica”.

 

Imagem cedida pela Câmara da Mealhada