A “Esplanada Jardim”, situada no centro da cidade da Mealhada, está a ser desmantelada e o processo de remoção já dura a alguns dias. O atual “explorador” do espaço entregou à Câmara Municipal um projeto de reabilitação do edifício, que a edilidade analisou na manhã de 13 de fevereiro. Ficou “acordado” que será aberto um concurso “com carácter de urgência”, para que o local não fique sem um dos lugares mais emblemáticos do Município.

A “Esplanada Jardim” estava concessionada a um gerente que, por sua vez, e durante anos, arrendava o espaço para exploração de outras pessoas.  O terreno é público e pertence à Câmara da Mealhada.

Findos os vinte anos de concessão e “sem condições”, o atual explorador, Silvino Costa, apresentou na autarquia um projeto de interior e exterior para requalificação do espaço. Uma ideia que “agradou” ao executivo, mas que implica que sejam dados determinados passos para que o procedimento não entre em incumprimento com a lei.

“Estamos em março, o espaço vai ser desmantelado e não devemos deixá-lo muito tempo vazio. Para a economia local isto não é bom! Se tiver que ir para concurso, que seja com os prazos mínimos permitidos por lei”, começou por dizer Arminda Martins, vereadora na autarquia.

Também José Calhoa, vereador na Câmara, partilhou da mesma intervenção: “É preferível ‘aproveitar’ este investidor do que sermos nós a fazer uma obra e depois acontecer como no Deza9Café ou no Bar de Casal Comba, em que ninguém para lá quer ir”.

João Seabra, eleito pela coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, alertou para o facto de se estar a falar “de um espaço situado num local nobre do centro da cidade, junto à Câmara”. “Os serviços e a própria Câmara deveriam pronunciar-se sobre o que querem para ali. O que aqui está, a mim não me diz nada!”, enfatizou o vereador, garantindo que “pronunciar-se” sobre o projeto “seria leviano e irresponsável” da sua parte.

“Acho que devíamos parar e pensar: Se não existisse ali nada, o que a Câmara gostava de fazer? Que procedimento jurídico e legal teria que ter?”, acrescentou ainda.

Defendendo um edifício modular, Arminda Martins explicou: “Há dezenas de módulos, logo não é preciso ser como este desenho apresentado, mas sabemos que em relação à estética somos sete aqui e todos com opiniões de beleza diferentes”. “Defendo um procedimento rápido e fico perfeitamente confortável com um contrato de um ano”, apelou a autarca, que ainda disse que “a experiência mostra que as concessões não funcionam”.

Gonçalo Louzada, da Coligação, lamentou a “discussão” tardia: “sabíamos que isto ia acontecer e poderíamos ter pensado na situação com antecedência”.

A poucos dias de ser totalmente desmantelada, a “Esplanada Jardim” espera agora que o concurso seja aberto. Os parâmetros ficaram já definidos: contrato de um ano, com uma base de licitação de mil euros e um período de trinta dias para apresentação de propostas. “O modelo da estrutura – amovível – será sujeito à apreciação dos serviços”, concluiu Cristina Oliveira, jurista na Câmara da Mealhada.