Cerca de uma dezena de munícipes residentes em Santa Luzia, freguesia de Barcouço, dirigiram-se à Assembleia Municipal da Mealhada, que se realizou na noite do dia 27 de fevereiro, para dar conta de “um surto de moscas na localidade proveniente do estrume” resultante da laboração de dois aviários. O grupo de pessoas deixou no órgão municipal um abaixo assinado dirigido ao presidente da Câmara a dar conta da situação.

“Estamos aqui em representação de um terço da população de Barcouço que se sente um pouco esquecida pela Junta e Câmara”, começou por dizer a porta voz do grupo de munícipes, queixando-se, de imediato, “do número de moscas existentes na localidade”. “Isto acontece sempre que há o transporte de estrume dos aviários que, certamente, não estará devidamente acondicionado”, disse ainda.

“As moscas são o cartaz de Barcouço. As pessoas nem podem estar sentadas fora de casa, aliás, é impossivel arejar a casa! Comprei casa em Barcouço há três anos, mas se fosse hoje, nunca o faria”, lamentou ainda a porta voz, alegando “não serem contra os aviários”, mas quererem “ser respeitados”, estando, por isso, a pedir ajuda à Assembleia Municipal da Mealhada.

Rui Marqueiro, presidente da Câmara, garantiu ir “muitas vezes a Barcouço e Santa Luzia” e nunca se ter “apercebido do problema” e que também nunca ninguém lho fez chegar. “O que, obviamente, não significa que o problema não exista!”, afirmou.

Mas José Calhoa, vereador responsável pelo pelouro do Ambiente, disse que “a situação já tem muitos anos” e que “a lesgilação é escassa nesta matéria”. “Temos dois produtores agrícolas em Barcouço” que, pelas suas dimensões, podem “guardar o estrume para compostagem até um mês, devidamente alojado”. “Mas sabemos que o que acontece ali é que se vai deixando ficar”, explicou ainda o autarca.

“Estas coisas funcionam muito pelo bom senso”, apelou José Calhoa, garantindo que “já foram feitas denúncias junto da Agência Portuguesa do Ambiente”, entidade que “às vezes se esquece”. O autarca aconselhou os munícipes a “apresentarem queixa, sempre que ocorrer a situação e virem estrume junto a habitações, no Posto da Mealhada da Guarda Nacional Republicana, mais concretamente ao SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente), ou ainda à Delegada de Saúde da Mealhada”.

Nos terrenos públicos, José Calhoa apelou ao contacto do Setor Ambiental da Câmara Municipal da Mealhada.

João Duarte, presidente da Junta de Freguesia, quis também dar uma palavra. “Barcouço não está esquecido e vamos sensibilizar toda a população da freguesia para o acondicionamento deste tipo de estrume. A Junta está sempre disponível para vos ouvir. Precisamos é que nos façam chegar esse tipo de problemas”, afirmou o autarca.

Antes de concluir o assunto, Rui Marqueiro disse ainda: “O meu número de telefone é público, está no site da Câmara e sempre disponível para denunciarem estas questões”. “Agradeço que me telefonem, nestes casos, porque eu não posso estar em todos os locais!”, concluiu.